O reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, que entra em vigor neste sábado (1º), deve resultar em aumento nos preços para o consumidor final.
A medida, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) no final de 2024, elevará a alíquota em R$ 0,10 centavos por litro de gasolina e etanol, e R$ 0,06 para diesel e biodiesel.
Amance Boutin, especialista em combustíveis da Argus, explica que o aumento do ICMS é certo, mas há incertezas sobre possíveis reajustes adicionais pela Petrobras.
“Em relação ao aumento de preços, a gente só tem uma certeza nesse momento, até o dia 1º de fevereiro, que é esse reajuste do preço do ICMS”, afirma.
O especialista destaca que há vários fatores que influenciam o preço final dos combustíveis, como o custo do produto importado, margens de distribuidores e postos, além da variação semanal do preço do biodiesel.Play Video
“Tem muitos elos entre o preço do produto na refinaria, que vai ser adicionado ali, de R$ 0,10 por litro no caso da gasolina, R$ 0,06 no caso do diesel, mas aí depois você tem a parcela do produto importado”, explica Boutin.
“No momento, em janeiro e fevereiro, a gente está bem abastecida”.
Ele ressalta que a Petrobras tende a aumentar sua participação no mercado nesses meses, quando a demanda é sazonalmente mais baixa.
Contudo, o cenário pode mudar em março, com o início das safras agrícolas e o consequente aumento da demanda por diesel.
“Aí a questão de, será que os 20% de produto importado que estão na mão de importadores de agentes privados, ali a gente corre um risco”, pondera o especialista.
Sobre a produção de biocombustíveis, Boutin não vê problemas de suprimento. Ele destaca a evolução do setor de etanol brasileiro, que agora opera com milho e cana-de-açúcar, garantindo flexibilidade na produção.
“O etanol está no centro da pauta do governo, que é a brasileira aos preços, que é avançar na transição energética”, conclui.