Os artistas visuais Cláudio Montanari, Tiago Beraldi e Pablo Marquinho visitaram a Secretaria da Cultura (Secult) para entregar oficialmente o primeiro álbum de gravuras do Tocantins, fruto de um projeto viabilizado pela Lei Paulo Gustavo e executado por meio de edital estadual lançado pela pasta. A entrega ocorreu nesta terça-feira, 17, no gabinete do secretário Tião Pinheiro, que estava acompanhado da secretária-executiva Valéria Kurovski e do superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura, Antônio Miranda.
Intitulado “Cerrado Tocantinense”, o álbum reúne 15 gravuras produzidas em técnicas como xilogravura e serigrafia, assinadas por cinco artistas: Cláudio Montanari, Tiago Beraldi, Pablo Marquinho, Marina Boaventura e Vone Petson. Com tiragem limitada a 50 exemplares, o projeto busca valorizar a riqueza cultural e ambiental do Cerrado, além de popularizar a arte da gravura no estado.
Durante a visita, os artistas ressaltaram os avanços conquistados pelo Núcleo de Gravuras do Tocantins (Nugrato), coletivo fundado em 2017 e responsável pela pesquisa, produção e difusão da gravura no Tocantins. Em sua primeira edição, o grupo produziu 50 gravuras e, para o próximo ano, já prevê uma segunda fase do projeto. Além da entrega oficial, o coletivo Nugrato anunciou a disponibilização do álbum “Cerrado Tocantinense” para venda por meio de uma exposição virtual do acervo. As gravuras podem ser acessadas em uma galeria on-line, onde o público pode conhecer as obras e adquirir exemplares. Clique aqui para conhecer.
“A gravura tem ganhado destaque no estado, com projetos bem aplicados e resultados concretos, como este álbum inédito que celebra o Cerrado”, destacou o secretário Tião Pinheiro ao demonstrar sua boa impressão com a qualidade dos trabalhos.
“Esse é um grande passo, pois esse é o primeiro álbum de gravuras realizado aqui no Estado. Um Estado com grande potencial, mas ainda com poucas produções nessa linguagem”, acrescentou o artista Pablo Marquinho.
Na oportunidade, ele explicou que a meta é ampliar o acesso às gravuras e, futuramente, criar uma galeria física no Instituto Federal do Tocantins (IFTO), que atualmente conta com um laboratório de artes visuais. Outro destaque apresentado pelo coletivo Nugrato é a criação da primeira gibiteca do Tocantins, que será viabilizada por meio do edital de Arquivos e Acervos 2024, lançado pelo Governo do Tocantins, por intermédio da Secult. Conforme o projeto, o espaço de leitura inclusiva será na biblioteca João Paulo II, no IFTO, em Palmas.
Conheça as inspirações dos artistas que compõem a Nugrato
Vone Petson: Suas gravuras retratam crianças Inys, que simbolizam a resistência e perpetuação dos povos Karajás, habitantes da Ilha do Bananal. A obra celebra a relação harmoniosa entre esses povos e o Cerrado.
Cláudio Montanari: Trabalha com serigrafia e expõe as contradições da expansão agrícola e seu impacto no desmatamento e extinção de espécies do Cerrado.
Marina Boaventura: Inspirada pelo Cerrado de sua infância, aborda a destruição do bioma por práticas como as carvoarias, além de registrar em suas xilogravuras a memória e resistência frente à devastação.
Tiago Beraldi: Influenciado pela pesca e conexão com a água, utiliza esqueletos de peixes típicos para destacar a degradação do Cerrado, essencial para o equilíbrio das águas.
Pablo Marquinho: Com forte ligação ao meio ambiente, explora a força e beleza das aves como símbolo da biodiversidade e resiliência dos biomas.
O coletivo
O Nugrato é pioneiro no Tocantins em reunir artistas dedicados à pesquisa e prática da gravura. Cada membro imprime características únicas em suas obras e criam um diálogo que vai do cotidiano ao sagrado, e do fantástico ao mitológico.