O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (30) que houve entendimento entre a equipe econômica e a Casa Civil sobre as medidas de cortes de gastos, que devem ser anunciadas pelo governo para cumprir a meta fiscal. Segundo Haddad, o pacote deve assegurar a sustentabilidade do arcabouço fiscal a longo prazo.
“A dinâmica das despesas obrigatórias tem que caber dentro do arcabouço. A ideia é fazer com que as partes não comprometam o todo, que o arcabouço tenha sustentabilidade de médio e longo prazo”, disse a jornalistas.
Haddad não detalhou quais serão as medidas, mas afirmou que estas serão encaminhadas ao Congresso Nacional por meio de emenda constitucional. Haddad disse que ainda não conversou com os líderes.
Na terça-feira (29), Haddad se reuniu com o chefe do Executivo e com o diretor de política monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, no Palácio do Alvorada. O secretário-executivo do ministério da Fazenda, Dario Durigan, e o secretário de política econômica, Guilherme Mello, também participaram da reunião.
“Ontem foi boa a reunião porque houve uma convergência importante em torno de um princípio de reforçar o arcabouço fiscal e uma ideia que precisa ser trabalhada juridicamente que atende a Fazenda”, disse.
Haddad também afirmou que entende a preocupação do mercado financeiro, mas ressaltou que uma semana a mais para anunciar as medidas vai ajudar a melhorar o pacote.
“Uma semana [a mais na apresentação da proposta] não vai prejudicar, pelo contrário, você melhora ainda mais. Até entendo a inquietação, mas tem gente especulando em torno de coisas”, disse.