A abertura de vagas formais de emprego no Brasil acelerou para 188 mil em julho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em junho, o número havia sido de 205,9 mil postos formais.
O resultado de julho é a diferença de 2,1 milhões de admissões contra 1,9 milhão de demissões.
No acumulado do ano, o resultado ficou positivo em 1,4 milhão de postos de trabalho, enquanto nos últimos 12 meses o acumulado soma 1,77 milhão.
O resultado de julho veio 9,5% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado, quando o saldo ficou positivo em 142,1 mil vagas com carteira assinada.
Os cinco principais grupos de trabalho registraram saldo positivo em julho. A fila foi puxada com folga pelo setor de serviços, com 79,1 mil postos, seguido por indústria (49,4 mil) e comércio (33 mil). Construção e agropecuária fecham a lista, com a criação de 19,6 mil e 6,6 mil, respectivamente.
A variação de salários registrou aumento de R$ 23,01 na passagem do mês. Em julho, o salário médio real de admissão ficou em R$ 2.161,37 – acréscimo de 1,1% ante junho.
Já na comparação com julho do ano passado, o ganho real foi de R$ 46,27 teve alta de 2,2%.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou a criticar os juros no país e sugeriu que o Banco Central observe a oferta de postos de trabalho e não a demanda. Ele ainda pediu que a autoridade monetária considere baixar a Selic, atualmente em 10,5%.
“Os juros são danosos para o orçamento público e prejudicam o investimento. Que o BC olhe a oferta e não a demanda. Estimular o setor privado a ampliar as ofertas e não controlar a inflação por restrição”, afirmou ao comentar os dados de julho.
Rio Grande do Sul
Os números de emprego no Rio Grande do Sul recuperaram em julho, com 6,6 mil vagas abertas no estado, sepultando a queda nos dois meses anteriores.
De acordo com o Ministério, a calamidade pública por conta das fortes chuvas que provocaram alagamentos em diversas regiões do estado resultou numa perda total de 30,5 mil empregos em maio e junho.
Segundo Luiz Marinho, este é um resultado importante e reflete os investimentos do governo no estado após o desastre climático.
“Achei que isso [a recuperação de empregos no estado] ia acontecer na passagem deste ano para o ano que vem. Tanto o emprego, mas também com relação aos setores econômicos, porque teve impacto em São Paulo, no setor automotivo, por exemplo. Quando olha nacionalmente a reação do RS pode estar chegando com mais otimismo ao PIB”, frisou o ministro.
Tempo médio de permanência no trabalho
O Ministério do Trabalho também passou a incluir dois novos dados no Caged: taxa de rotatividade e tempo médio de permanência no trabalho.
Segundo os números, a conta de rotatividade chegou a 32,12% nos últimos 12 meses. Destes, 36% pediram demissão voluntariamente e o salário é uma das causas além de ter outro emprego em vista. Cerca de 45% foram desligados sem justa causa pelo empregador e 16% término de contrato por tempo determinado.
O tempo médio de demissão sem justa causa é de 27 meses, em 2023 era 28 mesas. Enquanto os pedidos voluntários tem uma média de 13 meses.
Caged x Pnad
A metodologia utilizada para o cálculo do Caged considera apenas os trabalhadores com carteira assinada e não inclui os informais.
Os dados do Caged são informados por empresas do setor privado, enquanto a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é feita por meio de uma pesquisa domiciliar, na qual também é contabilizada os trabalhadores informais.
Assim, não é possível comparar os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego com os números de emprego que constam na Pnad.