Para a safra 2024/25, a área de plantio de soja deve crescer 2%, segundo a consultoria de agronegócios Itaú BBA. O percentual representa uma revisão para baixo da entidade financeira, que era de 4% no relatório anterior.
Os novos números foram divulgados nesta quarta-feira (7/8) durante o evento Visão Agro, organizado pela consultoria em São Paulo.
Isso impacta na estimativa da consultoria de produção de soja da safra que começa o plantio em setembro em relação aos números mais recentes do Departamento dos Estados Unidos (USDA).
“Nosso número de produção é menor do que o USDA, porque o crescimento de área será menor do que o previsto. Nosso número é 2% de aumento de área, enquanto o do USDA é de cerca de 3%”, explicou o analista da consultoria Francisco Queiroz.
Para o Itaú BBA, a safra 2024/25 poderá render 163 milhões de toneladas, enquanto a do USDA é de 169 milhões de toneladas.
A revisão da estimativa, entretanto, não muda o viés de baixa dos preços da oleaginosa em Chicago. “A gente não vê muita esperança de melhora nos preços para Chicago, mas os prêmios e o câmbio podem ajudar os ganhos do produtor brasileiro para o ano que vem”, acrescenta Francisco.
Prêmios e competitividade
Queiroz enfatiza que há uma sazonalidade de piora e melhora nos prêmios aplicados à soja no Brasil. De acordo com ele, o primeiro semestre apresenta uma “ clara pressão” com prêmios menores e até negativos para o produtor.
Por outro lado, o analista crê que haja uma virada no segundo semestre com prêmios maiores diante do cenário de entressafra, acrescenta Queiroz.
De qualquer forma, o mercado doméstico e internacional seguirá atento ao desenvolvimento da safra dos Estados Unidos. “Eventualmente, no Brasil, podemos ter variáveis que ajudem a formação do preço mais alto em reais”, acrescentou.
Segundo a consultoria Safras & Mercado, os diferenciais de exportação no terminal paranaense estão entre US$ 1 e US$ 1,25 por bushel em relação às cotações na bolsa de Chicago. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) mostram que, em julho, os prêmios subiram 59,4% em comparação com junho, para uma média de US$ 19,47 por tonelada.