A arroba bovina ficou estável na maioria das regiões de produção pecuária no país hoje (13/9), mas fundamentos do mercado indicam que uma recuperação deve acontecer em breve. A possível redução na oferta de fêmeas para abate e a firmeza do dólar, que ajuda a exportação brasileira da carne, podem sustentar a cotação do boi no mercado físico.
Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), referências para São Paulo, o preço bruto do boi gordo permaneceu em R$ 217 por arroba a prazo, de acordo com levantamento da Scot Consultoria.
“Em curto prazo, a valorização do dólar, com o bom momento da exportação e a possibilidade de uma redução de oferta de fêmeas – e boiadas -, podem dar sustentação aos preços no mercado do boi gordo ao longo da segunda quinzena de junho”, disse Felipe Fabbri, analista da Scot, em relatório.
A moeda norte-americana alcançou R$ 5,40, patamar considerado elevado, aumentando a competitividade da carne brasileira no mercado internacional. Para o exportador, há melhora no resultado de faturamento, mesmo em um momento de preços da proteína bovina, em dólares, ainda pressionados.
Já a redução gradativa no abate de fêmeas está relacionada ao preço do bezerro, que tem ensaiado uma recuperação e torna a cria mais atrativa ao pecuarista.
Fabbri lembrou que a ampla oferta de gado disponível para abate pressionou os valores da arroba nesta primeira quinzena de junho, quadro que, atualmente, aparenta ter encontrado um “piso” em São Paulo. Nesta semana, os preços ao menos pararam de cair.
“As escalas de abates mantiveram-se em 12 dias, com algumas regiões já demonstrando tendência de encurtamento, o que pode indicar melhores preços no médio prazo”, acrescentou a consultoria Agrifatto em nota.
Carne
Enquanto a cotação do boi gordo segue estável, as negociações da carne com osso no atacado da grande São Paulo voltaram a se recuperar. Os valores dos cortes dianteiro e ponta de agulha, normalmente mais baratos, se destacaram com reajustes positivos, ao passo que o traseiro segue em desvalorização, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
“O comportamento distinto dentre os cortes tem relação com a exportação mais intensa de peças do dianteiro e também com a renda da maioria dos consumidores brasileiros. Ainda que alguns indicadores macroeconômicos – como o desemprego – estejam evoluindo positivamente, o poder de consumo segue limitado e, para muitos, não alcança cortes mais nobres de carne bovina“, afirmaram os pesquisadores do Cepea em nota.
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