Durante o evento para formalizar as mudanças nas regras para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), nesta terça-feira (9/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um aceno ao Congresso Nacional e defendeu o diálogo com o Poder Legislativo.
“Muitas das coisas que estamos entregando, se não fosse vocês [deputados e senadores], a gente não estaria entregando. Teoricamente, eu tenho um Congresso totalmente adverso. O meu partido só elegeu 69 deputados. O Congresso tem 513 deputados. Para aprovar qualquer coisa eu preciso de, no mínimo, 247. No senado, temos 9 de 81. Para votar qualquer coisa eu preciso de 41, no mínimo”, iniciou o presidente.
“Não tem outro resultado: é fazer política. É conversar, é dialogar, tentar convencer, ser convencido, é ceder, é assim que você exerce a governança”, ressaltou o petista.
O aceno acontece diante do desejo do governo de aprovar projetos de lei considerados importantes para o Palácio do Planalto, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, enviada pelo governo no início do ano ao Congresso Nacional. O chefe do Executivo apelou pela aprovação do texto e afirmou que, atualmente, a segurança pública é o “problema mais grave” no país.
“Tem gente que acha que é tudo resolvido com matar. Eu não acho. Eu acho que investir em inteligência, nas pessoas certas, no lugar certo, a gente não precisa de genocídio para enfrentar o banditismo”, pediu o presidente aos parlamentares.
Lula também afirmou que é preciso evitar que a polarização política estimule o ódio. “Eu fui adversário do Alckmin, e ele foi meu adversário, e hoje ele é meu vice. Isso é política. O resto não é política”, exemplificou.
Atrito com o Congresso
Desde o último mês, o Poder Executivo e Legislativo vivem um momento de pouca harmonia, por motivos distintos. O primeiro rompimento foi com a Câmara, motivado por críticas do líder do governo na Casa, Lindbergh Farias (PT-RJ), ao dirigente da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Já no Senado, o atrito veio após Lula contrariar o presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União-AP), indicando o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga disponível no Supremo Tribunal Federal (STF). O político amapaense defendia o nome de seu aliado, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).







