O Ministério da Saúde anunciou nessa terça-feira (25/11) a compra de 1,8 milhão de doses da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), a principal causa de bronquiolite e morte entre recém-nascidos. O investimento para a compra dos imunizantes chegou a R$ 1,17 bilhão e corresponde à compra de mais 4,2 milhões de doses até 2027. Na rede privada, a vacina chega a custar R$ 1,5 mil.
A entrega começa após a chegada do primeiro lote com 673 mil doses às centrais estaduais, o que deve ocorrer ainda nesta semana. A orientação prevê aplicação imediata após o recebimento pelas redes municipais, por isso o governo recomenda que as mães fiquem atentas às convocatórias feitas pelas secretarias municipais que devem ocorrer em dezembro.
Podem receber a vacina as mães que estão entre 24 e 36 semanas de gestação, com a preferência de aplicação entre a 32ª e 36ª semanas. O ministério afirmou que “a vacinação será imediata, a partir do recebimento das doses pelos estados e municípios brasileiros, com expectativa de ser realizada durante todo o mês de dezembro”.Play Video
“A estratégia não é vacinar a criança, é vacinar a gestante e proteger o seu bebê no ventre ainda, na gravidez, para ele já estar protegido assim que nasce”, defendeu o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Veja a quantidade de vacinas que serão inicialmente distribuídas aos estados:
- Acre – 3.800.
- Alagoas – 12.430.
- Amapá – 3.460.
- Amazonas – 18.820.
- Bahia – 44.525.
- Ceará – 29.030.
- Distrito Federal – 9.465.
- Espírito Santo – 13.935.
- Goiás – 24.530.
- Maranhão – 25.480.
- Mato Grosso – 15.580.
- Mato Grosso do Sul – 10.755.
- Minas Gerais – 62.165.
- Pará – 33.050.
- Paraíba – 13.570.
- Paraná – 37.120.
- Pernambuco – 30.700.
- Piauí – 11.170.
- Rio de Janeiro – 46.720.
- Rio Grande do Norte – 10.340.
- Rio Grande do Sul – 32.330.
- Rondônia – 6.250.
- Roraima – 3.490.
- Santa Catarina – 25.865.
- São Paulo – 134.555.
- Sergipe – 7.680.
- Tocantins – 6.180.
- Total Brasil – 673 mil.
Proteção desde o final da gestação
A aplicação do imunizante nas futuras mamães busca proteger bebês com menos de seis meses. O VSR responde por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças com menos de dois anos.
O impacto é ainda maior em bebês prematuros, ou seja, nascidos com menos de 37 semanas. Entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações nesse grupo devido a complicações relacionadas ao vírus.
Para evitar as mortes na primeira infância, a meta é alcançar 80% das futuras mães com a vacina, que pode ser aplicada junto com doses contra influenza e Covid-19.
O ministro Padilha afirmou que o Ministério da Saúde fez uma grande transferência de tecnologia da Pfizer para garantir a oferta da vacina, que será totalmente nacionalizada no SUS por meio do Instituto Butantan.
A imunologista Gabriela Abalos, da Pfizer, explica que combater o VSR pode reduzir sequelas pulmonares, neurológicas e nutricionais em bebês.
“Os anticorpos maternos produzidos após a vacinação são resistentes ao vírus. Esses anticorpos chegam ao bebê antes do parto, o que reduz o impacto da infecção no início da vida e evita complicações que podem acompanhar crianças por anos”, defende a líder médica de vacinas da Pfizer na América Latina.
Idosos não devem entrar na fila
No SUS, a distribuição do imunizante Abrysvo deve ocorrer apenas para as gestantes. Na rede privada, ele também tem indicação para idosos, especialmente os maiores de 60 anos que possuam comorbidades cardiorespiratórias.
Além do imunizante da Pfizer, a Arexvy, vacina da GSK, também pode ser aplicada em idosos, reduzindo casos de pneumonia. As negociações para incluir estes imunizantes no calendário do SUS ainda estão acontecendo.
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