Brasília e Belém — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (10/11), durante a abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), que, “se os homens que fazem guerra” estivessem no evento, perceberiam que é “muito mais barato” preservar o meio ambiente do que “fazer guerra”. Foi uma crítica indireta a países como os Estados Unidos, que não enviaram representantes para a COP.
“Parabéns por darem a todos nós essa lição de civilidade, essa lição, diria, de grandeza humana, provando que, se os homens que fazem guerra estivessem aqui nesta COP, eles iriam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para a gente acabar com o problema climático, do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra como fizeram no ano passado”, declarou Lula.
O presidente também afirmou que realizar a COP na Amazônia foi uma “proeza”.
“Eu quero agradecer à minha equipe da Casa Civil, representada pelo Rui Costa, e ao governador Helder Barbalho a realização dessa proeza de fazer a COP no coração da Amazônia, no estado do Pará, e na cidade de Belém”, disse. “Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto a gente acabar com a poluição do planeta Terra”, continuou.
O petista abriu o discurso dizendo que “a mudança do clima é uma tragédia do presente”, citando a passagem recente de tufões e furacões no Paraná, no Caribe e nas Filipinas.
“A mudança do clima já não é uma ameaça do futuro, mas uma tragédia do presente. O furacão Melissa, que fustigou o Caribe, e o tornado que atingiu o estado do Paraná, no Sul do Brasil, deixaram vítimas fatais, deixando um rastro de destruições. Das secas e enchentes na África e Europa, às enchentes da América do Sul e Sudeste Asiático, o aumento da temperatura global espalha dor e sofrimento, especialmente entre as populações mais vulneráveis”, destacou Lula.
O titular do Planalto também teceu críticas aos negacionistas climáticos e ponderou é preciso impor uma “nova derrota” a eles.
“Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, condenou.
De acordo com Lula, o mundo anda “na direção certa” para combater o aquecimento global, mas “na velocidade errada”. “No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a um grau e meio na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr”, completou.







