A sucroalcooleira Zilor, maior sócia da Copersucar, saiu do prejuízo no terceiro trimestre da safra passada (2023/24) para um lucro de R$ 10,6 milhões no mesmo período desta temporada. Os preços do etanol e do açúcar foram melhores na comparação anual e compensaram o efeito não caixa da marcação a mercado dos derivativos, puxada pela alta dos juros.
O resultado do trimestre já considera a incorporação da Usina Salto Botelho, que foi adquirida em novembro do ano passado e se tornou a quarta usina sucroalcooleira da Zilor. Segundo a companhia, sem essa unidade o lucro líquido do trimestre teria sido de R$ 14,4 milhões.
O balanço do trimestre ainda considera o resultado da Biorigin, cuja venda de controle à Lessafre ainda depende do processo de cisão do negócio, e que registrou aumento das vendas no período. Apenas a receita da Biorigin no terceiro trimestre aumentou 18,4%, para R$ 172,4 milhões.
A receita total da Zilor no trimestre teve um crescimento de 12,7%, para R$ 973,6 milhões. As vendas de açúcar e etanol cresceram 18,2% e 11,3% respectivamente, com alta dos preços dos dois produtos e aumento do volume de venda de açúcar. As vendas da Usina Salto Botelho garantiram uma receita de R$ 6,8 milhões no trimestre.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do trimestre aumentou 16,6%, para R$ 282 milhões, enquanto a margem Ebitda ajustado subiu 1 ponto percentual, para 29%.
Moagem
O acréscimo da nova usina elevou a capacidade total de moagem de cana-de-açúcar da Zilor em 1,8 milhão de toneladas, ou 15%, para 13,8 milhões de toneladas por safra. Na safra, porém, a moagem efetiva foi de 10,58 milhões de toneladas, uma queda de 7,4% ante a safra passada, decorrente da forte seca que atingiu o interior paulista.
A menor oferta de matéria-prima afetou tanto a produção de açúcar, que caiu 7,4%, quando a de etanol que recuou 4,6%.
Dívida
A incorporação da nova usina contribuiu também para o maior endividamento da Zilor na comparação anual. Além disso, a companhia também fez novas emissões de dívida no mercado privado para fortalecer sua posição de caixa, o que também impactou no endividamento. Em dezembro, a companhia fez duas emissões de debêntures no total de R$ 900 milhões, sendo uma de R$ 400 milhões em títulos verdes.
Com isso, a dívida líquida cresceu 27,1% na comparação anual, para R$ 3,9 bilhões, o que fez a alavancagem subir de 1,78 vez para 1,99 vez.