O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) saiu em defesa do mandato de Glauber Braga (PSol-RJ) durante a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados desta quarta-feira (10/12). Segundo o deputado, a cassação de Glauber seria motivada apenas por “interesses políticos desta Casa”, já que “não existe um indício de corrupção contra Glauber”.
“Parlamentares, principalmente vocês da esquerda. Eu disse, e agora exponho o que falei pessoalmente à Sâmia Bomfim (deputada e esposa de Glauber), que eu jamais votaria a favor da cassação de Glauber Braga. Eu discordo 100% do Glauber, mas eu jamais admitiria que um parlamentar, eleito pelo povo popular, fosse cassado apenas pelo interesse político desta Casa. É por isso, porque não existe um indício de corrupção contra Glauber”, disse.
O deputado federal acrescentou, no entanto, que Glauber é “uma das pessoas mais horrorosas” que conheceu, mas que é eleito legitimamente por voto popular. “Tem de se respeitar o voto de quem votou nele”, argumentou Zé Trovão.
Glauber é acusado de ter quebrado o decoro parlamentar, após expulsar da Câmara com chutes um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), identificado como Gabriel Costenaro, em abril de 2024.
A votação na Câmara que decidirá se ele segue ou não como parlamentar está marcada para as 15h55 desta quarta-feira. Também será votada possível cassação de Carla Zambelli (PL-SP).
Zé Trovão também defendeu na CCJ a manutenção do mandato de Zambelli, alegando que “votar a cassação de Carla Zambelli é dar um indulto ao STF para cassar cada um aqui dentro que ele bem entender. Pode ser que amanhã seja alguém de esquerda, que Moraes tropece e não goste”.
Confusão na Câmara dos Deputados
Na tarde dessa terça-feira (9/12), Glauber protagonizou uma confusão no plenário da Câmara dos Deputados. Em protesto à sua possível cassação, o psolista ocupou a Mesa Diretora da casa e recusou-se a sair.
Após isso, a Polícia Legislativa expulsou os jornalistas presentes no plenário, e a transmissão ao vivo da TV Câmara foi cortada, impedindo que a população acompanhasse o que ocorria. Vídeos feitos por parlamentares mostram o momento em que Glauber foi retirado à força da cadeira da presidência, enquanto parlamentares aliados tentam impedir a polícia. O ocorrido foi logo antes da votação que veio a aprovar o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria.
Após a confusão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou-se e alegou que cumpriu o regimento da Casa.







