A menos de quatro meses do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e a poucos dias da abertura das inscrições para os vestibulares da Unicamp e da Fuvest, muitos estudantes estão reorganizando a rotina em busca de bons resultados nas provas.
Para Michel Arthaud, professor da Plataforma Professor Ferretto, montar um calendário de estudos vai muito além de preencher tabelas com horários. Um cronograma mal estruturado pode gerar frustração, ansiedade e a sensação de estagnação, mesmo com esforço. “Um bom planejamento não é o mais cheio, é o mais inteligente. Os maiores erros geralmente estão ligados à falta de autoconhecimento e à ideia de que estudar mais é sempre melhor”, afirma Michel.
Pensando nisso, ele listou 6 erros comuns que atrapalham a jornada de quem quer aproveitar o segundo semestre com mais foco, eficiência e equilíbrio. Confira:
1. Subestimar a importância das revisões
Um dos equívocos mais recorrentes é priorizar o estudo de conteúdos novos e deixar a revisão de lado. Isso compromete a retenção de longo prazo e aumenta o risco de esquecer assuntos importantes na hora da prova.
Como corrigir: “Crie ciclos de revisão semanal. Use mapas mentais, flashcards ou refaça exercícios de provas anteriores. Revisar é tão importante quanto aprender”, explica Arthaud.
2. Ignorar pausas e momentos de descanso
Muitos alunos acreditam que estudar sem parar é sinal de comprometimento, mas o efeito pode ser o oposto: fadiga mental, queda na concentração e desmotivação.
Como corrigir: estabeleça intervalos regulares entre blocos de estudo. A técnica Pomodoro (25 minutos de foco, 5 de pausa) é uma opção simples e eficaz. “O descanso não atrasa. Ele recupera a energia e melhora a absorção do conteúdo”, avisa o professor.
3. Criar cronogramas inflexíveis
Planejamentos rígidos, que não consideram imprevistos ou dificuldades com determinados temas, geralmente não funcionam a longo prazo.
Como corrigir: “Monte um cronograma adaptável, com margens para reorganizar os conteúdos. É importante ter metas, mas elas precisam ser realistas e ajustáveis. Estudo é maratona, não corrida de 100 metros”, compara Michel.
4. Repetir matérias em sequência sem alternância
Estudar várias horas seguidas uma mesma disciplina pode levar à saturação cognitiva.
Como corrigir: “Alterne áreas do conhecimento ao longo do dia, por exemplo, intercale Matemática com História ou Biologia com Literatura. Isso estimula diferentes regiões do cérebro e mantém o foco ativo”, afirma Arthaud.
5. Estudar sem estratégia definida
Estudar “no automático” ou apenas seguir a ordem dos livros didáticos pode ser ineficaz, especialmente em um cronograma apertado.
Como corrigir: “Priorize os temas mais cobrados nas provas, utilize videoaulas para revisar tópicos complexos e acompanhe o próprio progresso com metas semanais”, finaliza o professor.
6. Fazer e corrigir simulados
Michel reforça que a correção do simulado é a parte mais importante nessa reta final. “É assim que você observa e aprende com seus erros”, destaca. Mais do que apenas acertar questões, o objetivo do simulado é identificar pontos fracos, revisar conteúdos mal compreendidos e ajustar a estratégia para a prova oficial.
Como corrigir: garantir que a correção de todas as provas feitas aconteça. Este é o momento de entender onde errou e por quê. “O estudante consegue transformar cada deslize em uma oportunidade de aprendizado, ganhando mais segurança e confiança para o vestibular”, destaca o educador.