O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conversou nesta terça-feira (5) com os presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antonio Rueda, sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ofensiva política da oposição para viabilizar um pedido de impeachment e um projeto de anistia no Senado e na Câmara.
A conversa já estava sendo articulada, antes, sob pressão do bolsonarismo para que os partidos desembarcassem do governo. A pressão do PL é para uma saída, ainda neste mês. O assunto deverá ser tratado neste semestre, mas sem data definida.
A suspeita de racha com o governo foi acelerada após fala recente de Rueda com críticas à conduta do presidente Lula diante do tarifaço dos Estados Unidos.
Ao participar de um evento para investidores, em São Paulo, no mês passado, o presidente do União afirmou que Lula instigou a situação do tarifaço ao defender a extinção do dólar como moeda padrão no comércio global — durante a Cúpula do Brics — e cobrou o chefe do Executivo.
“Quem deve dialogar é o presidente da República. Ele devia pegar o telefone, ligar para Trump e dizer que quer dialogar, ao invés de estar tentando colher dividendo eleitoral. Essa postura é danosa para o país”, disse.
A interlocutores, Rueda tem dito que as críticas são pontuais e se referem, apenas, às falas do presidente sobre os Estados Unidos, apesar de ter dito que o governo Lula é fraco e não realiza entregas.
Após repercussão, Rueda voltou a falar sobre a postura do Brasil em relação ao tarifaço, nesta segunda (4), em nota publicada em conjunto com Ciro Nogueira. Ainda na data, Nogueira lamentou a prisão e disse que se trata de “um fato jurídico que ninguém pode concordar.”