Usar transporte coletivo tem menor impacto ambiental do que o uso individual do carro, ao menos no quesito emissão de poluentes. A conclusão é de uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que usou números para confirmar algo que já norteia as discussões sobre mobilidade e mudanças climáticas.
A nova edição do Radar CNT do Transporte mostra que veículos leves, como os carros, emitem significativamente mais CO₂ por passageiro transportado por quilômetro do que ônibus, reforçando o papel do transporte público como alternativa para a redução da poluição.
O levantamento comparativo de emissões no transporte rodoviário de passageiros aponta que, na última década, enquanto a população brasileira cresceu cerca de 4,9%, a frota de veículos leves disparou 41,9%. Esse aumento expressivo contribuiu para uma queda de 44,1% nas viagens de ônibus no mesmo período.
Dados do estudo mostram que, enquanto um ônibus urbano com capacidade para 70 passageiros emite aproximadamente 0,24 kg CO₂/TKU, um automóvel a gasolina, com ocupação média de 2 pessoas, emite 1,49 kg CO₂/TKU.
Isso corresponde a um valor cerca de 520,8% maior em relação ao ônibus. Se um ônibus urbano com 70 passageiros percorrer 100 quilômetros, sua emissão é de 126 kg CO₂.
Para transportar a mesma quantidade de indivíduos em automóveis individuais, seriam necessários 35 veículos, totalizando a emissão de 782,25 kg CO₂, ou seja, 6,21 vezes superior à emitida por um único ônibus urbano para o mesmo trajeto.
Essa emissão excedente equivale, por exemplo, à captura de carbono por 92 árvores ao longo de um ano, necessitando de uma área aproximada de 2.760 m², o que equivale ao espaço de três quadras poliesportivas. As motocicletas também apresentam uma emissão de 0,52 kg CO₂/TKU, mais que o dobro da observada em ônibus urbanos.