A autoridade antitruste do Uruguai, a Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia (Coprodec), negou a aprovação da compra de três unidades frigoríficas da Marfrig no país pela Minerva. A informação foi divulgada pela Minerva em fato relevante nesta quinta-feira (25/9). As plantas estão localizadas nas cidades de San José, Salto e Colonia.
Esta não é a primeira vez que a Corpodec nega a operação. O órgão já barrou a operação outras vezes, mas as empresas vinham recorrendo. Na última tentativa, a Minerva indicou ao órgão antitruste que revenderia a planta de Colônia para o Allana Group, companhia indiana que atua na produção e exportação de itens como carne halal, para evitar concentração no mercado uruguaio.
Porém, mesmo com essa indicação, a Minerva ainda concentraria mais de 30% do mercado de carne bovina no Uruguai, porém menos de 40%, segundo cálculos do Santander e do Citi.
No início de setembro, a Marfrig informou que o prazo contratual para a conclusão da operação havia encerrado, e que o contrato assinado entre as duas empresas havia perdido a validade. A Minerva, porém, afirmou que não concordava com essa interpretação e que esperava a última decisão da Coprodec.
Caso a operação fosse aprovada, a Minerva teria que pagar R$ 675 milhões — ou R$ 750 milhões, incluindo os juros — pelas plantas no Uruguai, que gerariam cerca de R$ 100 milhões em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ao ano.