A UFPA (Universidade Federal do Pará) mobilizou uma força-tarefa para prestar apoio aos familiares das vítimas do acidente que deixou cinco mortos — quatro deles da comunidade acadêmica — na BR-153, em Porangatu (GO), na madrugada da última quarta-feira (16). O grupo viajava a caminho do Congresso da UNE, em Goiânia.
A instituição decretou luto oficial de três dias e suspendeu as aulas nos campi de Belém e Altamira, regiões de origem dos estudantes e servidores envolvidos. A Central de Acolhimento foi montada no prédio Mirante do Rio, no campus do bairro Guamá, em Belém, com equipe multiprofissional formada por psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e pedagogos.
Segundo boletim divulgado pela universidade à CNN na manhã desta quinta-feira (17), os corpos das vítimas ainda estão sob custódia do IML (Instituto Médico Legal) de Goiânia, aguardando liberação para o traslado ao Pará.
Segundo a UFPA, a instituição atua para garantir que o transporte ocorra com a máxima celeridade, respeitando a decisão das famílias quanto aos locais dos velórios, que devem ocorrer em Belém, Altamira e Limoeiro do Ajuru.
Além disso, a universidade está viabilizando, por meio da Fadesp (Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa), o deslocamento de parentes até os hospitais onde estão os estudantes feridos.
Dos feridos, seis alunos já receberam alta. Outros quatro permanecem internados: um em estado grave na UTI de Uruaçu (GO); um transferido para Palmas (TO) em UTI aérea; um estável em Gurupi (TO); e outro sob cuidados especializados no Hospital dos Olhos, em Goiânia.
Os acadêmicos que chegaram à capital goiana na noite de ontem foram acolhidos pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e hospedados com apoio do Ministério da Educação.
Acidente
Cinco pessoas morreram no acidente da BR-153. A batida envolveu um caminhão de grande porte, um ônibus e um micro-ônibus. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os ônibus faziam parte de um comboio de estudantes que haviam saído da UFPA (Universidade Federal do Pará) com destino a Goiânia, onde participariam do Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), realizado na UFG (Universidade Federal de Goiás).
Informações preliminares indicam que o caminhão, que trafegava no sentido contrário, invadiu a pista oposta, na contramão, e colidiu com o primeiro ônibus, que transportava 25 alunos, dois motoristas e um orientador. Com o impacto, quatro ocupantes do ônibus — o motorista e três estudantes — morreram no local.
O condutor da carreta também não resistiu aos ferimentos e morreu. Já o passageiro do caminhão foi socorrido em estado grave.
Ainda de acordo com a PRF, um segundo ônibus dos estudantes foi atingido, mas nenhum passageiro ficou ferido. Outros dois ônibus faziam parte do comboio, mas não se envolveram no acidente.
Além dos mortos, quatro vítimas graves foram encaminhadas para o ao Hospital de Alvorada, no Tocantins. Equipes do Corpo de Bombeiros, do SAMU e da concessionária que administra a rodovia atuaram no atendimento às vítimas.
Quem eram as vítimas
- Ana Letícia Araújo Cordeiro, era estudante do curso de Pedagogia da UFPA e integrante ativa da vida acadêmica, participava da organização do Centro Acadêmico Gerald Wesley (Pedagogia) e era reconhecida pela leveza e humor que levava aos colegas.
- Welfesom Campos Alves, estudante de Produção Multimídia, atuava com protagonismo no movimento estudantil. Participou da gestão “Reeguer o Camulti”, contribuindo para a reestruturação do centro acadêmico do seu curso.
- Leandro Souza Dias, também ligado ao movimento estudantil, era militante da Unidade Popular e da UJR (União da Juventude Rebelião), e integrava a delegação para o Congresso da UNE.
- Ademilson Militão de Oliveira, motorista do ônibus, era funcionário da UFPA e figura muito querida na Faculdade de Geografia. Chamado carinhosamente de “Militão”, acompanhou diversas atividades de campo e era considerado mais que um condutor: um parceiro e amigo presente na vida dos estudantes e professores.