O Tocantins notificou, até esta semana, 49 casos de sarampo, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO). Em Campos Lindos, 17 casos foram confirmados e outros 22 descartados.
Para o professor e médico infectologista da Afya Faculdade Porto Nacional (antiga Itpac Porto), Dr. Jandrei Markus, o cenário exige atenção devido ao alto potencial de transmissão da doença. “O sarampo é muito perigoso porque se transmite com facilidade. Uma única pessoa infectada pode contaminar várias outras. Basta entrar em uma sala com alguém com sarampo para já correr um alto risco de contaminação. Por isso, a chance de transmissão é muito alta, o que contribui para o aumento de casos e, consequentemente, eleva o risco de mortes relacionadas à doença”, alerta.
Segundo o especialista, o vírus do sarampo é transmitido por via aérea, através da tosse, do espirro, da fala ou mesmo da respiração próxima, atingindo pessoas não imunizadas com facilidade. O período de incubação do vírus é de sete a 14 dias, e a transmissão pode ocorrer desde seis dias antes até quatro dias após o início dos sintomas, que incluem febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite.
A vacinação é o método mais eficaz de prevenção. Conforme o Dr. Jandrei, “a vacina contra o sarampo é aplicada normalmente aos 12 meses de idade. Em casos de surto ou epidemia, costuma-se antecipar para 9 meses, aplicando a chamada ‘dose zero’. Essa decisão cabe à Secretaria de Saúde e aos municípios, que avaliam a necessidade de intensificar a vacinação entre as crianças, de acordo com a disseminação da doença. No geral, o calendário vacinal prevê doses aos 12 e 15 meses, com um reforço aos 4 anos de idade.”
Além da imunização, o especialista recomenda medidas simples para ajudar na prevenção, como isolamento domiciliar para pessoas com suspeita da doença e cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos e cobrir a boca ao tossir ou espirrar.
Para conter o avanço da doença, a SES mantém desde 19 de julho equipes de vigilância em Campos Lindos, com orientações para isolamento e vacinação dos contatos. Também foram aplicadas quase oito mil doses de vacina contra o sarampo entre julho e agosto.
“A principal forma de proteção contra o sarampo é a vacinação. Não podemos subestimar o risco dessa doença, que ainda é capaz de provocar complicações graves e mortes, principalmente em crianças e pessoas não imunizadas”, alerta o Dr. Jandrei Markus.