O Brasil registrou avanços expressivos na educação nas últimas duas décadas, com a taxa de conclusão do ensino superior triplicando entre pessoas de 25 a 34 anos, informa o Valor Econômico. Em 2022, 23,7% dessa faixa etária possuíam diploma universitário, conforme aponta a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do progresso, o índice ainda representa metade da média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), evidenciando a necessidade de políticas mais eficazes para ampliar o acesso à educação superior.
O estudo do IBGE também revela que a educação básica obrigatória teve avanços, mas enfrenta desafios persistentes. Entre 2022 e 2023, a taxa de frequência escolar de crianças de 0 a 3 anos cresceu de 36% para 38,7%, o que significa que ainda há 6,9 milhões de crianças dessa idade fora da escola ou creche. Para crianças de 4 a 5 anos, a frequência atingiu 92,9% em 2023, mas cerca de 441 mil continuam sem acesso à educação infantil.
O levantamento também aponta um dado alarmante: a quantidade de crianças de 4 a 5 anos fora da escola por decisão dos pais ou responsáveis saltou de 39,8% em 2022 para 47,4% em 2023. Além disso, 42,4% das crianças que não frequentam instituições de ensino enfrentam dificuldades relacionadas à falta de infraestrutura adequada, como transporte, proximidade, vagas e segurança.
Na faixa de 6 a 14 anos, a universalização do ensino fundamental está praticamente consolidada, com uma taxa de frequência escolar de 99,4% em 2023. No entanto, a situação se agrava entre adolescentes de 15 a 17 anos, em que a frequência escolar foi de 91,9% no último ano. A evasão e o atraso escolar continuam sendo desafios para essa etapa do ensino.