A Grota é um local existente até hoje próximo ao Colégio Tocantins, caminho diário de centenas de estudantes na década de 70, quando o nosso CT era uma das poucas instituições de ensino disponíveis na região, e a bem da justiça, com qualidade.
Dotada de uma mata densa e com um fio de água escorrendo formando uma espécie de pequeno lago, a Grota era povoada por répteis, insetos e até macacos, dentre outros, mas, sua característica principal era a“fava coceira” que especialmenteà época de vento geral não deixava ninguém sossegado, tanto os moradores próximos, como os estudante que por ali passavam.
As árvores de médio e grande porte tinham cipós robustos que suscitaram nos meninos fãs dos gibis de Tarzam “O Rei das Selvas” , ser o ambiente o cenário ideal para suas travessuras, além de tornarem real as imaginações que poderiam ser um Rei das Selvas, ou no mínimo um Rei da Grota.
NAQUELES TEMPOS…
Em Miracema haviam jovens especializados em satisfazerem certos desejos de outros e deles mesmos, talvez fossem denominados agenciadores nos dias atuais.
POR EXEMPLO…
Se houvesse a vontade de comer uma galinha, era chamada uma pessoa especializada na“aquisição” noturna de uma penosa nos vários quintais existentes desprovidos de qualquer segurança, a subtração de uma canoa para“conseguir” melancias também a noite nas vazantes, era escalada outra, e até para a descoberta de animais“mansos” na beira do rio havia consultoria especializada, enfim, alternativas não faltavam.
VOLTANDO AO NOSSO TARZAM
Um amigo extremamente fã dos super heróis daquela época, admiração adquirida através dos gibis, livros de bolso, literatura de cordel e posteriormente através da das lentes do Cine Operário, não escondia seu desejo manifesto de ser Tarzam, algo incompatível com sua estatura e corpo bem franzino, entretanto, como não há limite para sonhar, convidou alguns colegas para uma grande aventura que seria um passeio pela grota, mas, feito através dos ares usando os cipós nos moldes do esposo da Jane, pai do Korak e amigo da Chita.
POIS BEM…
Arregimentada a tropa lá se foram para a “selva miracemense”.
Nosso herói usou como vestimenta apenas um calção com elástico utilizado para jogar futebol todas as tardes na quadra do então “Colégio Estadual” hoje instituição militar.
Começada a brincadeira, a sensação era extraordinária; voar era algo impensável se não fosse a mente criativa do nosso herói que foi logo conseguindo admiradores e adeptos da façanha que se tornou quase que diária.
MAS ESTAVA FALTANDO ALGO…
O famoso grito do Tarzam!
Lembrado por um amigo para dar mais autenticidade àquele habitat que já estava ficando famoso na velha Miracema do Norte.
A partir daquele momento, nosso herói deu um jeito de ensaiar durante vários dias o famoso grito de forma isolada nas quintas existentes às margens do Rio Tocantins de forma isolada, solitária, para que não houvesse nenhuma dúvida sobre sua sanidade mental.
Já pensou se saíssem comentários de que um jovem estava a gritar em meio a pastos da beira do rio?
Após os devidos ensaios, o dia do famoso grito chegou, aliás, deveria ser acompanhado por muitos companheiros como o famoso grito da Independência dado por Dom Pedro 1º as margens do Ipiranga.
Alguns, que tiveram o privilégio de ouvi-lo antecipadamente estavam extasiados e admirados, indagando como um pulmão de um corpo franzino daquele poderia emitir um som tão alto capaz de ser confundido com um dos filmes mais famosos do herói chamadao“Tarzam, o Homem Macaco”.
CENÁRIO
Todos a postos, os voos começaram em um céu azul de brigadeiro… A felicidade era geral naquela manhã calma, sem vento e silenciosa, ouvindo-se ao fundo apenas o cantar de alguns pássaros.
O GRANDE MOMENTO
Lá pelas tantas, o Tarzam da Grota mandou brasa; um grito forte ecoou pela região fazendo com que animais de pequeno e grande porte como algumas vacas leiteiras das quintas tomassem rumo como se estivessem atendendo um chamado de um rei.
O INESPERADO
Após o grito que certamente ainda está no subconsciente daqueles presentes até os dias de hoje, um breve silêncio tomou conta da Grota seguido por uma pancada seca ao chão coberto de folhagens.
Todos desceram de seus cipós rapidamente encontrando nosso Tarzam “estatelado” sem fala e branco como uma folha de papel.
A preocupação era grande, mas, como todo super herói, se recuperou rapidamente respondendo à pergunta que não queria calar:
O QUE ACONTECEU?
A explicação foi que durante o grito, a potência foi tão grande que espalhou próximo dele um pó da fava coceira originando um incomodo fortíssimo a ponto de soltar os braços para se coçar originando o desfecho desagradável, a grande queda, enterrando assim de vez aquelas aventuras.
Em que pese não ser um filme, vamos homenagear nosso “Herói da Grota” como terminavam todos os filmes de Tarzam “O Rei das Selvas”.
FIM
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