A sucessão na liderança de pequenas, médias e grandes propriedades rurais é o fator estratégico para a comunicação e a permanência das iniciativas de sustentabilidade adotadas no campo, segundo especialistas que participaram do talk show realizado durante o 9º Prêmio Fazenda Sustentável, promovido pela Globo Rural, em São Paulo. O debate foi mediado por Patrick Cruz, editor-chefe da Globo Rural e de Agronegócios do Valor Econômico.
“Quando você trabalha a sucessão, você também trabalha saberes tradicionais dentro daquela família ao trazer as boas práticas na mesa”, resumiu o gerente de agricultura e florestas do Pacto Global da ONU, Hugo Ricardo.
Mariely Biff, fundadora e diretora da Agrogen, empresa de genética avícola, listou alguns exemplos de iniciativas que seus clientes já adotaram para promover maior responsabilidade ambiental em suas propriedades. Elas vão desde bônus financeiro a funcionários a promoção de saúde e bem-estar das equipes.
“A inserção dos valores durante a sucessão se dá muito por observação. Os exemplos que a família dá dentro da propriedade, sobre como ela trata os colaboradores, é o que cria esse repertório para as futuras gerações”, destacou a executiva.
Dentre os desafios, os participantes do painel ressaltaram a necessidade de criar métricas concretas para mensurar os ganhos gerados pelas boas práticas de responsabilidade ambiental, social e de gestão no campo. Segundo Ricardo, este é um passo fundamental para valorizar essas ações, convertendo-as em recursos financeiros que podem ajudar a catalisar iniciativas na área.
“Estamos falando de práticas que têm um valor absurdo para o planeta, por isso precisamos monitorar e ‘metrificá-las’. A gente também entende que o produtor vai ter dificuldade financeira, pelo menos no início, para implementação, e por isso precisamos desdobrar ações e instrumentos financeiros nesse sentido”, completou o gerente de agricultura e florestas do Pacto Global da ONU.