As cotações da soja e do milho voltaram a cair na abertura da Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (18/11). Na semana passada, os grãos enfrentaram quatro dias consecutivos de queda, com uma leve recuperação na sexta-feira. Nesta manhã, apenas o trigo segue em trajetória de valorização.
A soja registra queda de 0,78% na abertura do mercado nos contratos com entrega para janeiro, cotados a US$ 9,9075 por bushel.
O relatório da Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos, que reportou um aumento no processamento de soja, com 5,44 milhões de toneladas moídas em outubro, o que representa um recorde histórico.
Segundo a consultoria Granar, operam sobre as cotações o impulso de compras técnicas por parte dos especuladores e da valorização do mercado de óleo de soja.
A previsão de tempo seco e quente para algumas regiões do Brasil, como o Paraná e o sul de Mato Grosso do Sul, onde a falta de chuvas pode impactar negativamente o desenvolvimento da oleaginosa, limitando a queda.
Em contrapartida, algumas áreas de Mato Grosso, Goiás e Rondônia podem receber grandes volumes de chuva na próxima semana.
O milho registra leve queda na bolsa, de 0,24 %, a US$ 4,2300 por bushel para os futuros com entrega em dezembro.
Os fundamentos do mercado seguem pressionados pela perspectiva de uma produção abundante no Brasil, diz a Granar.
Segundo a consultoria Safras & Mercado, a produção de milho do Brasil na safra 2024/25 deve alcançar 134,8 milhões de toneladas, superando as previsões anteriores. A expectativa de uma grande colheita de milho safrinha, que pode alcançar 96,33 milhões de toneladas, também pesa sobre as cotações.
O cenário também pode ser afetado pela valorização do dólar, o que torna as exportações de milho americano mais caras para os compradores internacionais.
Por outro lado, o trigo para março, mais negociado na bolsa no momento, tem alta de 1,04%, a US$ 5,5975 por bushel, impulsionada por compras de especuladores e pela perspectiva de redução nas exportações de trigo do Mar Negro, especialmente de países como Ucrânia e Rússia.
A partir de dezembro, a Ucrânia começará a vender trigo a preços mais baixos, enquanto a Rússia impôs um limite para suas exportações, o que pode reduzir a oferta global do grão. A expectativa é que esses fatores comecem a ter impacto mais significativo na segunda metade do ciclo comercial 2024/25, que vai de janeiro a junho, aponta a Granar.
Nos Estados Unidos, houve uma melhora nas condições de seca em algumas regiões-chave de produção de trigo, como o Kansas, onde a proporção de solos com seca moderada caiu significativamente.