O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, estima que a sindicância aberta pela Corregedoria da Brigada Militar para investigar a conduta de policiais militares contra um homem negro será finalizada até o fim desta semana.
À CNN, o governador afirmou que, se as irregularidades forem confirmadas, os militares podem enfrentar punição administrativa. Além disso, o caso pode ser remetido à Justiça Militar, para avaliação na esfera criminal.
“A sindicância está nos procedimentos de oitivas a envolvidos e testemunhas. Deve concluir até o fim da semana. Concluída a sindicância, a Corregedoria da Brigada já aplica eventual punição administrativa e, havendo indício de crime, remete cópia urgente à Justiça Militar”, afirmou o governador.
A CNN apurou que as testemunhas atestaram que, durante a prisão do homem negro, os policiais foram informados que ele era vítima de outro homem que tentou esfaqueá-lo.
A ação dos policiais, realizada na manhã de sábado, foi gravada por pessoas que testemunharam a agressão sofrida pelo rapaz.
Nas imagens é possível ver um homem negro dando explicações a um dos policiais da Brigada Militar que atende a ocorrência.
Simultaneamente, outra agente policial conversa com o suposto agressor, um homem branco sem camisa. A pessoa que filma o vídeo diz que o homem “deu uma facada no pescoço dele”, e que “depois tentou de novo”.
Em determinado momento, a vítima diz que trabalha na região, mas é interrompido pelo homem branco, que diz que ele “não trabalha nada”.
Ao tentar responder, o homem negro é agarrado pela camisa por um policial e, momentos depois, pressionado contra um muro.
Apesar da presença de outros três agentes, o suposto agressor sai andando do local enquanto os policiais imobilizam o homem ferido e o algemam, sob protestos de pessoas que presenciaram a ação.
Uma testemunha ouvida pela CNN disse que a polícia tratou o homem negro de forma truculenta e teve como uma conduta “cordial e educada” dispensada ao suposto agressor.
“Chegou a polícia uns 10 minutos depois, e fez a abordagem na vítima. Acabou levando ela à força, no camburão na parte de trás”, relatou. “O agressor não foi incomodado, subiu, largou a faca em casa, trocou de roupa.”
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