O cantor Seu Jorge, 54, recordou a morte de seu irmão, Vitório, assassinado em 1990. Segundo o músico, o falecimento o marcou para o resto da vida.
A declaração foi dada no último domingo (25), durante sua participação no quadro “Pode Perguntar”, do programa Fantástico. Na atração, artistas são entrevistados por jovens no espectro autista.
“No dia 26 de abril de 1990, eu saía para trabalhar, por volta de meio-dia. Meu irmão saía cerca de 10h30, 11h. Estava tocando uma música do Fleetwood Mac no rádio. E eu não queria ouvir a música. Fui mesquinho. Briguei com ele por causa da música, enchi o saco dele, falei um monte de bobagem e fui para o trabalho. Quando eu voltei, ele estava morto. Eu queria dizer para ele: ‘Desculpa por ter sido mesquinho. O rádio é nosso, não é meu’. Essa é uma coisa que vou carregar para o resto da vida, e isso me marcou”, contou o músico.
Em outro trecho, o artista também recordou o período de sete ano em que viveu em situação de rua. Nesta fase, o violão fazia com que as pessoas o enxergassem. “Quando eu estava seu meu instrumento eu despertava muita curiosidade. Na medida em que as pessoas me ouviram elas ficam bastante surpresas. Sem meu instrumento eu era invisível”, afirmou.
O objeto, inclusive, foi adquiro com a ajuda de um policial chamado Antero. “Não sei nem como explicar como era aquele cara. Ele começou a fazer uma vaquinha para tentar me comprar um violão. Não conseguiu, mas o esforço desse cara foi uma coisa muito linda. Aí o dono de uma barraca que tinha quatro violões me deu um, junto com revistinhas de músicas”, concluiu.