Os setores impactados pela sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros acompanham atentamente a resposta do governo. Esses segmentos defendem cautela e equilíbrio nas negociações.
Entre os principais setores afetados estão celulose, café, petróleo e suco de laranja. A estratégia geral é manter a calma e permitir que a diplomacia atue, evitando uma escalada que poderia resultar em retaliações ainda mais severas por parte da Casa Branca.
Caso haja uma reação mais intensa do governo brasileiro, existe o risco de um contra-ataque da Casa Branca, que pode elevar as tarifas, que atualmente estão em 50%, para 70%, ou até 100%.
Medidas mais duras já foram tomadas por Trump contra países que buscaram retaliações mais fortes. Diante desse cenário, a estratégia do governo brasileiro parece ser de ganhar tempo e deixar a diplomacia trabalhar.
Há falta de diálogo entre as autoridades dos dois países, com a ausência de tentativas de encontros entre o secretário de estado dos Estados Unidos e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
As declarações do governo brasileiro consideradas refratárias aos Estados Unidos e a aproximação com os Brics contribuem para as tensões entre os dois países. Por outro lado, o perfil não conciliador de Trump e sua aliança com setores políticos adversários do atual governo brasileiro também dificultam a construção de pontes diplomáticas.