A Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (SEPOT) apresentou, nesta quinta-feira (12), o pré-projeto “Guardiões: prestação de serviços ambientais e segurança alimentar”. A reunião contou com a presença do secretário estadual Paulo Xerente e do presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Gledson Lima, que alinharam os primeiros passos para a formalização de um termo de cooperação técnica entre as duas instituições. A previsão de lançamento é para o segundo semestre de 2025.
O projeto tem como foco a criação e o apoio às brigadas formadas por indígenas e quilombolas, fortalecendo o papel dessas comunidades no combate aos incêndios florestais e, sobretudo, em ações de recuperação e proteção do meio ambiente no período de estiagem. A proposta é garantir que a atuação dos brigadistas não se limite à época de queimadas, mas se estenda ao longo de todo o ano, com ações permanentes de preservação ambiental, segurança alimentar, valorização cultural e desenvolvimento econômico sustentável.
Durante a apresentação, o secretário Paulo Xerente destacou o empenho do Governo do Tocantins no apoio e fortalecimento dos povos originários e tradicionais do Estado: “Esse projeto, que ainda está no berço, já carrega um grande propósito. Os brigadistas do programa Guardiões terão apoio institucional e estrutura para atuar durante todo o ano na proteção do território, na preservação do meio ambiente e também na produção sustentável”. O secretário citou como exemplo o trabalho relevante que vem sendo desenvolvido pelos brigadistas Xerente.
De acordo com Filipe Holanda, gerente de Planejamento e Captação de Recursos da SEPOT, o projeto foi estruturado em quatro fases. A primeira contempla a contratação e capacitação dos brigadistas; a segunda, a atuação direta nas ações de prevenção e combate ao fogo, reflorestamento e revitalização ambiental. As etapas seguintes envolvem o monitoramento contínuo, a produção de mudas e alimentos agroflorestais, além da formação de cadeias de comercialização para promover a autonomia econômica das comunidades participantes.
“O projeto visa dar condições para que os brigadistas atuem durante todo o ano. Eles serão capacitados para produzir mudas nativas, realizar monitoramento ambiental, revitalizar corpos d’água e implantar sistemas agroflorestais, gerando renda de maneira sustentável para suas comunidades”, afirma Filipe.
As ações do Projeto Guardiões estão organizadas em seis eixos estratégicos:
Revitalização: recuperação de corpos d’água, como ribeirões, nascentes e córregos impactados por eventos naturais ou ação humana;
Reflorestamento: plantio em áreas degradadas ou atingidas por incêndios florestais;
Monitoramento: vigilância ambiental contínua por parte dos brigadistas nas áreas demarcadas ou em regiões de uso tradicional;
Mapeamento: identificação de árvores matrizes para recolhimento de sementes nativas;
Viveiros: produção de mudas a partir da biodiversidade local e de espécies com potencial econômico;
Manejo agroflorestal e comercialização: implantação de sistemas agroflorestais e geração de renda por meio da venda de mudas e alimentos produzidos de forma sustentável.