O setor de máquinas e equipamentos tornou-se o segmento mais afetado em termos de faturamento após a imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A informação foi apresentada por José Velloso, da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Com exportações na ordem de US$ 3,6 bilhões no ano passado, o setor não foi incluído na lista de exceções das tarifas americanas. A exclusão pode estar relacionada à concorrência direta com produtos dos Estados Unidos, que é um dos maiores produtores mundiais de máquinas, ao lado da China e Alemanha.
Déficit comercial e normas técnicas
Na balança comercial do setor, os Estados Unidos exportaram US$ 4,7 bilhões em máquinas para o Brasil em 2024, resultando em um déficit de US$ 1,1 bilhão para o lado brasileiro. Além disso, o redirecionamento das exportações para outros mercados enfrenta obstáculos significativos devido às especificações técnicas.
Os produtos desenvolvidos para o mercado americano seguem normas específicas, como medidas em polegadas e peso em libras, diferentemente do sistema métrico utilizado em outros países. Essa particularidade dificulta a adaptação rápida para novos mercados.
Perspectivas de negociação
Após a redução de 40% na lista de produtos afetados pelos Estados Unidos, que diminuiu a tarifa média de 50% para 31%, abrem-se possibilidades para novas negociações. Velloso destaca que o Brasil deve aproveitar este recuo estratégico americano para dialogar, evitando medidas de retaliação que poderiam escalar o problema.