O campo da direita vive uma disputa interna em Santa Catarina para decidir quem vai tentar o Senado no ano que vem pelo grupo político. O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenta achar uma solução entre três possíveis candidatos para concorrer na chapa à reeleição do governador do estado, Jorginho Mello (PL).
No próximo pleito, estarão em jogo 54 vagas, o equivalente a dois terços da Casa Alta. E cada unidade da Federação elegerá dois senadores.
O imbróglio envolve Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente e atual vereador pelo Rio de Janeiro, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), e o senador Esperidião Amin (PP-SC), que pretende concorrer à reeleição. O trio, no entanto, terá que ser reduzido a uma dupla até o ano que vem, o que tem levantado rumores sobre uma possível saída de De Toni do PL para tentar o cargo por outra sigla, provavelmente o Partido Novo.
A polêmica em torno do assunto ganhou maior repercussão depois de uma entrevista de De Toni para a Rádio Princesa, de Xanxerê (SC), em que ela comentou sua situação política e as discordâncias dentro do partido sobre os possíveis candidatos ao Senado.
Isso porque Bolsonaro tende a insistir no nome de seu filho, Carlos, para uma vaga pela sigla por Santa Catarina – embora o vereador seja do Rio de Janeiro. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, por sua vez, forte aliado de Bolsonaro, teria preferência pelo nome de Amin.
Segundo De Toni afirmou na entrevista, Jorginho não gostaria de “abrir mão do tempo de TV do Amin”. Nessa esteira, ela ressaltou que esperava resolver a situação dentro do partido até o ano que vem. Caso contrário, ela buscaria uma nova sigla para concorrer.
“Porque não é um desejo meu, é um desejo do catarinense”, afirmou a parlamentar, ao citar uma série de feitos seus à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e como líder da minoria. “Isso me cacifou perante os catarinenses para que ele pedissem que eu fosse pré-candidata ao Senado”.
Ao rebater a deputada, Jorginho Mello disse que apenas a vaga de Carlos já está definida, enquanto o segundo nome seria fechado “daqui a um tempo”.
Arte/MetrópolesJorginho Mello Carol de Toni
Desde então, o assunto ganhou novas repercussões. Em entrevista ao Estadão no final de outubro, Eduardo Ribeiro, presidente do Novo afirmou que seria uma “honra” ter deputada em seu partido. De Toni, no entanto, não se manifestou em público.
No mesmo dia, Carlos foi às redes e defendeu o nome de De Toni para a chapa do PL em Santa Catarina, declarando que ambos concorreriam a uma vaga no ano que vem, em uma chapa “puro sangue” do PL. “Há um plano cristalino e diário para desconstruir Jair Bolsonaro. Os pré-candidatos ao Senado em Santa Catarina de Jair Bolsonaro são Carol De Toni e Carlos Bolsonaro”, disse o vereador no X (ex-Twitter).
Também na mesma plataforma, o deputado federal Eduardo Bolsonaro compartilhou a postagem do irmão e escreveu que bolsonaristas não se importam com partidos, nem votam em quem o “partido do Bolsonaro manda”.
“Bolsonarista não se importa com partido, desde que não seja PT e seus puxadinhos. Bolsonarista não vota em quem o ‘partido do Bolsonaro’ manda. Quem ignora isto é que vive numa bolha e acaba se desgastando”, afirmou Eduardo.
O deputado autoexilado nos EUA concluiu parabenizando seu irmão, pedindo que “Deus ilumine os dirigentes do PL a tomar a decisão correta, que na política é aquela mais alinhada com os interesses do povo”.






                
