O sarampo voltou a ser motivo de alerta em diversas regiões do mundo. Apesar de ser uma doença conhecida há séculos e de existir uma vacina altamente eficaz, surtos ainda acontecem quando a cobertura vacinal cai. Entender o que é o sarampo, seus sintomas, formas de tratamento e, principalmente, como prevenir, é fundamental para proteger a saúde individual e coletiva.
Nos últimos anos, o reaparecimento de casos em países que já tinham eliminado a circulação do vírus mostra a importância de manter a vacinação em dia. O sarampo é altamente contagioso e pode trazer complicações graves, especialmente em crianças pequenas e pessoas com baixa imunidade.
O que é o sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa causada por um vírus da família Paramyxoviridae. A transmissão acontece principalmente pelo ar, por meio de gotículas expelidas quando uma pessoa infectada tosse, fala ou espirra.
Uma das características mais preocupantes é sua alta capacidade de se espalhar. Estima-se que uma pessoa com sarampo possa transmitir o vírus para até 18 pessoas não vacinadas. Em ambientes fechados, o vírus pode permanecer ativo no ar por até duas horas após a saída do doente, o que explica a rapidez com que os surtos se espalham.
Veja os principais sintomas da doença
Os sinais da doença aparecem entre 7 e 14 dias após a exposição ao vírus. O quadro inicial pode ser confundido com outras viroses respiratórias, mas alguns sintomas ajudam a identificar o sarampo:
- febre alta persistente;
- tosse seca;
- conjuntivite (olhos vermelhos e irritados);
- coriza intensa;
- manchas brancas dentro da boca, conhecidas como manchas de Koplik;
- erupções avermelhadas na pele, que começam no rosto e se espalham para o restante do corpo;
As manchas vermelhas são um dos sinais mais característicos da doença. Elas aparecem após a febre e costumam permanecer visíveis por cerca de uma semana.
Complicações possíveis decorrentes da infecção
Embora muitos casos evoluam de forma favorável, o sarampo pode causar complicações sérias. Entre as mais comuns estão pneumonia, diarreia grave, otite e inflamações oculares que podem levar à cegueira. Em situações mais graves, pode ocorrer encefalite, uma inflamação no cérebro com risco de sequelas permanentes ou morte.
Crianças menores de cinco anos, adultos acima de 30 e pessoas com imunidade baixa estão entre os grupos mais vulneráveis. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, milhares de mortes anuais ainda estão relacionadas ao sarampo, especialmente em regiões onde a cobertura vacinal não é suficiente.
Como é feito o tratamento
Não existe um medicamento específico contra o vírus do sarampo. O tratamento é baseado no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações. Repouso, hidratação e uso de antitérmicos costumam ser recomendados.
Em alguns casos, a suplementação de vitamina A é indicada, pois reduz o risco de formas graves da doença. Pacientes que desenvolvem complicações, como pneumonia ou desidratação intensa, podem precisar de internação hospitalar.
Quando procurar atendimento médico
Ao apresentar febre alta acompanhada de manchas vermelhas na pele, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente. O diagnóstico precoce ajuda a reduzir complicações e evita a propagação do vírus.
Enquanto a avaliação médica não acontece, é importante evitar contato com pessoas não vacinadas, manter hidratação adequada e seguir rigorosamente as orientações recebidas no posto de saúde ou hospital.
Prevenção: a vacina é essencial
A forma mais eficaz de prevenção contra o sarampo é a vacinação. No Brasil, a vacina é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Existem dois tipos principais: a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (que também protege contra catapora).
O calendário vacinal prevê:
- primeira dose aos 12 meses (tríplice viral);
- segunda dose aos 15 meses (tetraviral).
Quem não recebeu as duas doses deve atualizar a vacinação o quanto antes. Durante surtos, campanhas nacionais são organizadas para reforçar a imunização e conter a circulação do vírus.
A importância da imunização coletiva
A vacinação em massa não protege apenas quem recebe a dose. Quando a maioria da população está imunizada, cria-se uma barreira de proteção coletiva, conhecida como imunidade de rebanho. Isso impede que o vírus circule e protege pessoas que não podem receber a vacina por questões médicas.
Nos últimos anos, a queda da cobertura vacinal em várias regiões favoreceu o retorno de surtos. Esse cenário acendeu um alerta global, reforçando a necessidade de recuperar índices seguros de imunização.
O sarampo, embora seja uma doença conhecida e evitável, continua representando risco quando a vacinação não é levada a sério. Manter a imunização em dia e reconhecer os sintomas rapidamente são atitudes fundamentais para evitar que a doença volte a se espalhar em larga escala. Mais do que uma proteção individual, vacinar-se é um ato de responsabilidade coletiva que salva vidas.