O ator Ryan Reynolds, 48, está pedindo a um juiz que o retire como réu do processo de difamação de 400 milhões de dólares movido por Justin Baldoni, argumentando que as acusações contra ele não possuem base legal e equivalem apenas a “sentimentos feridos”.
O pedido, apresentado nesta terça-feira (18) e obtido pela CNN, alega que o processo de Baldoni contra Reynolds e sua esposa, Blake Lively, se baseia em duas ocasiões em que o marido da atriz supostamente chamou o artista de “predador”, mas que nada na ação sugere que ele não acreditava nessa afirmação.
“Reynolds acredita genuinamente, talvez apaixonadamente, que o comportamento de Baldoni reflete o de um ‘predador’”, afirma o documento apresentado pelos advogados do ator de “Barbie”, acrescentando que “chamar alguém de ‘predador’ constitui uma opinião protegida constitucionalmente”.
Os advogados de Reynolds também argumentam que a “indignação sensível de Baldoni sobre um personagem de filme” — referindo-se ao personagem Nicepool, de “Deadpool & Wolverine” — “nem sequer está vinculada a qualquer reivindicação legal”, sendo apenas o acusado alegando que teve “sentimentos feridos”.
Na moção, os advogados do casal afirmam que, embora Lively tenha processado Baldoni e seus sócios por assédio sexual e retaliação, Reynolds não tem envolvimento na questão e atuou apenas como um “cônjuge solidário”.
Os advogados alegam que Reynolds foi incluído no processo porque Steve Sarowitz — um dos réus no caso e parceiro comercial do acusado na produtora Wayfarer Studios, que produziu e cofinanciou “É Assim Que Acaba” com a Sony — “prometeu gastar até 100 milhões de dólares para ‘arruinar’ Lively e Reynolds”, segundo o documento.
No processo contra o casal e a assessora de imprensa da atriz, Leslie Sloane, Baldoni acusa Reynolds de ajudá-la a “sequestrar” seu filme e prejudicar sua carreira.
Baldoni também afirma que Lively tentou assumir a direção criativa do filme, fazendo com que o ator — que não tinha um papel formal na produção — reescrevesse uma cena e fizesse “mudanças não autorizadas no roteiro”.
Além disso, ele acusa Reynolds de tê-lo repreendido na casa do casal em Nova York, alegando que o ator o xingou e o acusou de “envergonhar sua esposa por ser gorda”. Ele também afirma que foi zombado em “Deadpool & Wolverine”, usando o personagem Nicepool como uma paródia.
O marido da estrela de “Gossip Girl” ainda é acusado de dizer a um executivo da agência de talentos WME que Baldoni era um “predador sexual” para incentivar a empresa a romper relações com ele.
Os integrantes do casal são os clientes mais bem pagos da WME, onde o acusado era representado até que a agência o dispensou após a denúncia de assédio de Lively.
A agência negou que os atores tenham influenciado sua decisão, embora o CEO da agência, Ari Emanuel, tenha recentemente se gabado da demissão de Baldoni em um podcast.
A CNN entrou em contato com representantes do ator de “É Assim Que Acaba” para comentários.
Os advogados de Reynolds, Mike Gottlieb e Esra Hudson, disseram à CNN que o processo de difamação de Baldoni não tem fundamento, pois o marido da vítima realmente acredita que ele é um predador.
“Reynolds tem o direito da Primeira Emenda de expressar sua opinião sobre Baldoni, o que deve ser reconfortante para um grupo de pessoas que repetidamente chamou Lively e Reynolds de ‘valentões’ no último ano”, declararam os advogados.
Um porta-voz do ator classificou o processo de Baldoni como “frívolo”, dizendo à CNN que espera que ele seja rejeitado.
Os advogados do casal afirmaram que não pretendem chegar a um acordo. O julgamento está marcado para março de 2026. Se o pedido de Reynolds for negado, ele poderá ser convocado para testemunhar em um caso de grande repercussão.
Lively e Baldoni estão em disputa judicial desde dezembro, quando ela o acusou de assédio sexual e retaliação em uma queixa apresentada ao Departamento de Direitos Civis da Califórnia, antes de processá-lo formalmente uma semana depois.
No mês passado, ela apresentou uma versão alterada da queixa, alegando que outras mulheres também relataram comportamento inadequado de Baldoni nos bastidores.
Bryan Freedman, advogado de Baldoni, Heath e Wayfarer Studios, negou as alegações em um comunicado à CNN. “Essas acusações são completamente falsas, ultrajantes e intencionalmente escandalosas, com o objetivo de prejudicar Baldoni publicamente e reescrever uma narrativa na mídia”, declarou Freedman.