A esposa do DJ Alok e médica Romana Novais trocou recentemente a prótese de silicone, e revelou agora o motivo: o desenvolvimento de uma contratura capsular em ambos os seios. O implante de próteses de silicone mamário, procedimento conhecido como mamoplastia de aumento, segue entre as cirurgias plásticas mais realizadas em todo o mundo, inclusive no Brasil. Mas, ao mesmo tempo, é possível observar um fenômeno contrário com pessoas optando por retirar ou modificar a prótese, principalmente por conta da contratura capsular. Mas o que é exatamente isso?
“A contratura capsular é uma complicação que pode acontecer em mulheres que colocam próteses de silicone nos seios. Quando o corpo reconhece a prótese como algo estranho, ele forma uma cápsula de tecido ao redor dela – isso é uma reação normal. O problema surge quando essa cápsula fica rígida demais, apertando a prótese com força. Isso pode deixar o seio duro, causar dor, alterar o formato da mama e dar uma sensação de que o silicone ‘empedrou’”, explica o cirurgião plástico, diretor da Clínica Moderna Sculpt e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Romero Almeida.
De acordo com o médico, não se sabe exatamente por que isso acontece em algumas pacientes, mas fatores como infecções leves, hematomas após a cirurgia ou até o rompimento da prótese podem contribuir para o desenvolvimento da contratura.
“Nos casos mais leves, o médico pode indicar massagens ou medicações para tentar aliviar o problema. Mas quando a contratura é mais grave, o tratamento geralmente envolve uma nova cirurgia para retirar essa cápsula endurecida e, muitas vezes, trocar a prótese. Em alguns casos, o cirurgião também muda o local onde a prótese é colocada, para reduzir as chances de o problema voltar”, comenta Romero.
No entanto, quando essa contratura capsular começa a ocorrer de maneira recorrente e em curtos espaços de tempo, devido a uma reação exagerada do organismo, o mais recomendado é remover a prótese definitivamente por meio do explante mamário, segundo o médico, que acrescenta que a ruptura das próteses também exige que sejam retiradas ou trocadas.
“Estatísticas mostram que as chances de problemas como ruptura e contratura capsular aumentam após cerca de dez anos. Então, após esse período, é recomendado que as próteses sejam trocadas, ainda que exista a chance de nada acontecer.”
Romero Almeida explica que, apesar de ser uma complicação conhecida, a contratura capsular tem se tornado menos comum com as técnicas modernas e o uso de próteses mais avançadas. “O mais importante é fazer o acompanhamento regular com o cirurgião plástico para identificar qualquer alteração o quanto antes”, diz o especialista.
O médico ainda lembra que as pacientes, mesmo sem contratura capsular, podem recorrer à troca de próteses por motivo de conforto. “Assim como ocorre em pessoas que possuem seios naturalmente muito grandes, pacientes que optaram pelo implante de próteses de silicone mais volumosas podem acabar sentido certo desconforto com o passar dos anos, especialmente conforme o corpo passa pelas transformações que ocorrem naturalmente devido ao processo de envelhecimento. Seios muito grandes e pesados podem causar uma sobrecarga da coluna e da musculatura da região, causando dores, prejudicando a postura e favorecendo a distensão da pele. Então, se a paciente começa a sentir que o tamanho das próteses está atrapalhando sua rotina e qualidade de vida, é possível optar pelo explante mamário”, afirma o cirurgião plástico.
O médico reforça que, embora a contratura capsular possa gerar preocupação, ela não deve ser vista como uma sentença definitiva ou impeditivo para quem deseja ou já colocou próteses mamárias. “Com o acompanhamento adequado, escolha criteriosa do cirurgião e próteses de qualidade, é possível reduzir significativamente os riscos. O mais importante é que cada mulher se sinta segura e bem informada para tomar decisões sobre o próprio corpo, sempre com base em orientação médica individualizada”.