O ex-jogador Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro, passou a ser tratado como celebridade no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo.
Segundo o jornalista Ulisses Campbell, autor do livro Tremembé: O presídio dos famosos, o ex-atacante exerce um papel simbólico dentro da cadeia.
Em entrevista ao podcast Ticaracaticast, Campbell explicou que esse posto não faz parte do sistema oficial, mas funciona como um movimento à parte, comparável ao “chefe de turma” da escola.
“Ele é um astro. Qualquer preso que chegue com esse brilho dele – e não é qualquer celebridade, o cara jogou na seleção, (…) já chega com essas regalias, porque a própria comunidade vai cuidar dele ali”, afirmou.
O jornalista relatou que a chegada do ex-jogador provocou aumento de cerca de 30% nas visitas de familiares aos detentos.
“As visitas no fim de semana aumentaram 30% por conta dele. Eu conversei com um preso lá que falou: ‘Cara, meu filho não vinha me visitar tem um ano, o Robinho veio para cá, ele veio para ver o Robinho no pátio e conversar com o Robinho'”, contou.
Robinho divide cela com outro preso, não participa de serviços de limpeza e mantém uma rede de proteção formada pelos demais detentos. Ele também ouve relatos de colegas de prisão e indica advogados particulares para casos de execução penal.
Segundo Campbell, o ex-atacante ainda enfrenta dificuldades para lidar com a rotina. Relatos apontam que ele já foi visto andando sozinho pelo pátio e falando consigo mesmo.
Preso desde março de 2024, Robinho cumpre pena após homologação no Brasil da condenação aplicada pela Justiça italiana.