A violência contra meninas e mulheres segue como um dos principais desafios sociais no Rio de Janeiro. Em 2025, entre os 42.152 casos de agressão registrados em unidades de saúde, 73,5% tiveram mulheres como vítimas, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde.
A violência física lidera os registros, e o estupro aparece como a forma mais recorrente de violência sexual. Além disso, cerca de 42% dos casos foram reincidentes, indicando repetição das agressões.
Diante desse cenário, o Governo do Estado do Rio de Janeiro lançou, nesta quarta-feira (20), o Observatório do Feminicídio, uma plataforma digital coordenada pela Secretaria de Estado da Mulher.Play Video
O portal reúne informações de órgãos da saúde, segurança e justiça em seis painéis interativos, com o objetivo de amparar a formulação de políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres e meninas.
O levantamento da SES-RJ aponta que, em 2024, foram registradas 148 notificações diárias de violência contra mulheres em unidades de saúde. Em 2025, a média caiu para 139 por dia, uma redução de 6%.
No mesmo período, dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) indicam que o estado registrou 53 casos de feminicídio entre janeiro e julho, 12 a menos que no mesmo intervalo de 2024. Já na esfera da Justiça, o TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) concedeu 23.440 medidas protetivas de urgência e registrou 3.032 prisões no primeiro semestre deste ano.
A iniciativa, que recebeu investimento de R$ 2,4 milhões da Secretaria da Mulher, conta com apoio técnico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), participação de diversas pastas do governo e como órgãos TJRJ, Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do RJ. O observatório integra dados de denúncia, investigação, julgamento e acolhimento de sobreviventes e familiares.
Além da plataforma, o governo lançou uma cartilha informativa voltada ao público em geral e um curso de capacitação para agentes de segurança.
O estado também reforçou que mantém programas de prevenção e acolhimento, como a Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, que já realizou mais de 336 mil atendimentos, e o aplicativo Rede Mulher, que permite acionar a Polícia Militar em tempo real. Complementam a rede de proteção os Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam e Ciams), responsáveis por mais de 11 mil atendimentos em 2024, e um abrigo sigiloso para mulheres em situação de vulnerabilidade.