As vendas de brincos para identificação individual e rastreabilidade de bovinos geraram um retorno financeiro 20% maior à MSD Saúde Animal em 2024, ano em que o Brasil lançou novos programas oficiais de rastreabilidade animal voltada para cadeia da carne. Controladora da Allflex, marca que detém 70% desse mercado no país, a companhia registrou faturamento de R$ 1,9 bilhão no último ano, aumento de 11,8% na comparação com 2023, sendo R$ 61,5 milhões com identificação animal.
“O Brasil está caminhando a passos largos, mas bem direcionados, para um processo de rastreabilidade animal. Cada vez mais o conceito se torna evidente e necessário pois o consumidor está ficando cada vez mais exigente com relação à transparência”, observa o presidente da MSD, Delair Bolis. Segundo ele, ainda é cedo para os programas de rastreabilidade impactarem de forma direta as vendas da Allflex, mas tornam o cenário mais favorável para a demanda.
Dentre os programas oficiais recém-lançados, ele cita a iniciativa do Governo do Pará, anunciada em setembro do ano passado, e o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), lançado em dezembro.
“O grande objetivo desse plano é continuar o programa de erradicação de enfermidades em bovinos no mercado brasileiro. O Brasil conseguiu erradicar um aftosa e o próximo passo que o país quer dar é erradicar a brucelose”, lembra o executivo.
Nesse sentido, ele cita também o programa de São Paulo para substituição da marcação a fogo em bovinos, anunciada em outubro, e os projetos de certificação da produção sustentável de carne em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso que também exigem a identificação individual de bovinos e a consequente rastreabilidade da cadeia.
Faturamento
Para 2025, a previsão da companhia é atingir um faturamento acima de R$ 2 bilhões no país, com um novo crescimento da ordem de 20% no segmento de identificação animal e rastreabilidade puxada pelo lançamento de novos produtos. Entre eles, estão soluções para monitoramento do metabolismo e do comportamento dos animais, tal como já ocorre na pecuária de leite.
“Esse crescimento é parte da responsabilidade que o Brasil tem de continuar abastecendo o Brasil e o mundo com proteína animal de uma forma responsável”, comenta Bolis.