Uma investigação do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) apura a morte de mais de 245 equinos, em diversos estados brasileiros, desde o dia 26 de maio. Segundo informações da pasta, os óbitos teriam ocorrido em função do consumo de rações produzidas pela Nutratta Nutrição Animal Ltda. por cavalos, zebras, jumentos e burros.
Amostras das rações revelaram a presença de “alcaloides pirrolizidínicos, também chamado de monocrotalina”, uma substância tóxica e incompatível com a segurança alimentar dos equinos, devido à falha no controle da matéria-prima que continha resíduos de plantas do gênero crotalária. As amostras foram analisadas pelos LFDA (Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária) e apontaram a contaminação das rações.
Em função das análises, o ministério suspendeu cautelarmente a fabricação de todas as rações da empresa Nutratta, em um primeiro momento, somente dos equídeos, mas a decisão foi estendida para rações de todas as espécies, após o apontamento da falha.
Nas propriedades investigadas, os cavalos que consumiram produtos da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. ficaram doentes ou morreram, mas animais que não fizeram a ingestão das rações, mesmo nos mesmos ambientes, permaneceram saudáveis.
Informações adicionais do Mapa apontaram que óbitos estavam sendo analisadas em outras localidades, incluindo 40 no sudoeste da Bahia, 70 em Goiânia (GO), 34 em Jarinu (SP), 10 em Santo Antônio do Pinhal (SP), 18 em Uberlândia (MG), 8 em Guaranésia (MG), 8 em Jequeri (MG) e 7 em Mariana (MG).
Houve um pedido de mandado de segurança contra a medida de suspensão cautelar da fabricação feito pela empresa, que foi recorrido pela pasta, apresentando novas evidências técnicas que reforçam o risco sanitário e comprovam a necessidade de manutenção das medidas adotadas.
“Esse caso é único. Nunca, em toda a história do Ministério, havíamos identificado a presença dessa substância em ração para equinos. É a primeira vez que isso acontece”, afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
A CNN tenta contato com a Nutratta, mas não obteve retorno até a publicação. O espaço para manifestação da empresa permanece aberto.