Mino Carta, renomado jornalista ítalo-brasileiro e fundador da revista CartaCapital, faleceu nesta terça-feira(2), aos 91 anos, em São Paulo, após um período de saúde delicado. Figura emblemática da imprensa nacional, Mino Carta comandou veículos que marcaram época, como Veja, IstoÉ, Quatro Rodas e Jornal da Tarde.
Nascido em Gênova, Itália, em 1933, ele imigrou com a família para São Paulo na década de 1940. Mino pertencia à terceira geração de jornalistas em sua família, com seu avô materno e pai também atuando na profissão.
Aos 16 anos, teve sua primeira experiência no jornalismo, escrevendo sobre a Copa do Brasil para jornais italianos. Aos 27 anos, aceitou o desafio de Victor Civita para dirigir a então nova revista Quatro Rodas. Em 1966, esteve à frente da equipe fundadora do Jornal da Tarde.
Em 1968, lançou a revista Veja, durante a ditadura militar. Ele deixou a Veja em 1976 após desentendimentos editoriais. No mesmo ano, fundou a IstoÉ, veículo que abriu espaço para primeira capa do então sindicalista, Luiz Inácio Lula da Silva em 1978, dando voz às lutas dos trabalhadores durante os anos de chumbo.
Lançamento do próprio veículo
Sua visão jornalística foi expressa ao criar a CartaCapital, lançada em 1994, que se tornou a publicação mais próxima de sua identificação ideológica, focado no espírito crítico e na fiscalização do poder.
Mino Carta foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Faculdade Cásper Líbero e o prêmio de Jornalista Brasileiro de Maior Destaque no Ano da ACIE.
Lula descreveu Mino Carta como um “amigo” e “verdadeiro humanista”, destacando que a solidez da democracia brasileira deve muito ao seu trabalho e à sua coragem. Mino Carta deixou a filha Manuela Carta.
Sua morte levou o presidente Lula, amigo pessoal do jornalista, a decretar três dias de luto oficial no país.