De janeiro até a primeira semana de agosto deste ano, mais de sete mil famílias tocantinenses tiveram o fornecimento de energia prejudicado em razão das queimadas. Ao todo houve o registro de 22 ocorrências de interrupção de energia por fogo nesse período, metade do total só no mês de julho. Entre as cidades com o maior número de ocorrências estão Palmas, Araguaína, Guaraí e Miranorte.
Já nos seis primeiros meses deste ano, o número reduziu pela metade em relação ao mesmo período do ano passado, com o registro de 19 ocorrências em 2025, e 38 no primeiro semestre de 2024.
Ainda nesse comparativo, o número de consumidores penalizados por falta de energia no mês de julho reduziu em 42%, de 11.367 para 6.537. Apesar da queda, a quantidade de unidades consumidoras impactadas pela interrupção no fornecimento causado pelas queimadas ainda é grande.
“Além dessas interrupções de fornecimento, que impactam as famílias, comércios e hospitais, as queimadas podem ocasionar o rompimento de cabos da rede e causar riscos para a população. Embora cada vez mais nossas redes estejam equipadas de novas tecnologias para interromper e isolar o problema ou até mesmo restabelecer o fornecimento de forma imediata, preservando a segurança, a orientação é jamais se aproximar de um cabo rompido. Esse cenário é de risco iminente de acidente”, pontua o gerente de operação da Energisa Tocantins, Mauro Inácio.
Entre as ações para minimizar o impacto das queimadas na rede elétrica, a Energisa Tocantins conta com um plano de manutenção para manejo adequado da vegetação em áreas rurais, e podas de árvores na zona urbana que são realizadas durante todo o ano.
“Realizamos a limpeza de faixa, que é a poda técnica das vegetações em torno da rede elétrica. Mantendo a vegetação baixa nessas áreas específicas, evitamos que ela possa crescer e eventualmente tocar na rede, causar um curto circuito, interromper energia e ocasionar o incêndio. Na zona urbano também temos as podas de árvores técnicas, respeitando aspectos ambientais para garantir a continuidade do fornecimento de energia e evitar situações de contato da vegetação com as redes”, destaca.
A Energisa também compõe o projeto Foco no Fogo, do Comitê Estadual de Combate aos Incêndios Florestais e Controle de Queimadas no Tocantins, junto ao Governo do Estado e Corpo de Bombeiros, que atua na conscientização da população sobre a prevenção e combate aos incêndios, além de discutir os prejuízos das queimadas.
“Estamos em um Estado muito quente então já há um risco de queimadas inerente ao clima, principalmente nesta época do ano entre agosto e outubro, com temperaturas muito elevadas. Por isso, além da prestação de serviços e participação no Comitê do Fogo, contamos com uma equipe de campo que atua como agentes de orientação e conscientização ambiental, em diálogo constante com a população sobre os riscos das queimadas durante atendimentos na zona urbana e rural”.
Focos de fogo e o clima
De janeiro até o último dia 12 de agosto, o Tocantins registrou 4.435 focos de incêndio, de acordo com o portal de monitoramento do Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Se considerado o acumulado do primeiro semestre de 2024 e o mesmo período de 2025, o número total de focos apresentou queda de 27%, ao passar de 3.611 em 2024, para 2.623 este ano.
“Ano passado tínhamos a influência do fenômeno El Niño, que reduziu o volume de chuvas e aumentou as temperaturas. Com menor umidade, o clima ficou mais favorável à ocorrência de queimadas. Porém, é importante ressaltar que esse é o fator natural, já que também existe a causa humana envolvida no processo de queimadas”, informa a meteorologista e consultora da Energisa, Ana Paula Paes.
Quanto à previsão do tempo, o mês de agosto deve ser marcado por temperaturas em torno de 2°C acima da média climatológica do período, principalmente no centro-sul do Tocantins. “Nesta semana, devemos ter chuva moderada a localmente forte, acompanhadas de descargas atmosféricas no Norte do Estado. Após esse período, as chances de chuva são baixas no Tocantins”, destaca.
Segurança
O tempo quente e seco é propício para o surgimento de queimadas, que podem atingir grandes proporções e serem de difícil controle. Para isso, é necessário seguir algumas recomendações de segurança:
• Não faça queimadas em áreas próximas à rede elétrica: a alta temperatura pode comprometer o fornecimento de energia, causar oscilações e até mesmo o rompimento de cabos.
• Procure fazer “aceiros”: eles auxiliam na redução do material combustível e protegem cercas e outros ativos das propriedades.
• Respeite a “faixa de servidão”, evitando plantios embaixo da rede de energia elétrica.
• É proibido realizar queimadas a menos de 15 metros de rodovias, ferrovias e do limite das faixas de segurança das linhas de transmissão e de distribuição de energia;
• Latinhas de metal, garrafas e outros tipos de vidros são potencializadores de princípio de incêndios, por isso, é necessário realizar o descarte adequado desses materiais e jamais descartá-lo nos acostamentos de rodovias. A destinação para projetos e/ou empresas de reciclagem é uma opção;
• Apague com água qualquer resto de fogo em acampamentos e recolha os restos de carvão. Evite enterrar esse material, pois além de contaminar o ambiente, pode causar acidentes com outras pessoas.
• Bitucas de cigarros são extremamente perigosas. Sempre descarte em locais adequados.
Ao se deparar com um foco de incêndio, acione o Corpo de Bombeiros pelo 193 ou denuncie pela Linha Verde, no telefone 0800 63 1155. Se a ocorrência for próxima à rede elétrica ou a uma subestação, comunique também a Energisa pelo WhatsApp da Gisa (www.gisa.energisa.com.br) ou pelo 0800 721 3330.
