A dor de cabeça é uma das mais comuns: segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, 95% da população já sentiu o sintoma ao menos uma vez na vida. Mas quando ela deixa de ser um mero incômodo para se tornar um sinal de alerta de uma condição mais grave?
Para responder a essa pergunta, Dr. Roberto Kalil recebe os neurologistas Carlos Eduardo Altieri, do Hospital Sírio Libanês, e José Luiz Pedroso, professor livre docente em Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” de sábado (23).
Altieri explica que é preciso procurar auxílio médico sempre que a dor de cabeça “provocar uma mudança na sua qualidade de vida” ou quando ela é “diferente daquela que você tem habitualmente”, podendo ser um sinal de algo mais sério.
Além disso, os especialistas explicam a diferença entre os principais tipos de dor de cabeça. A enxaqueca, uma das mais comuns, pode vir acompanhada de sintomas como náusea e sensibilidade à luz (fotofobia). Em 40% dos casos, a condição também pode vir antecedida por “aura”, ou seja, manifestações visuais ou, em casos raros, paralisia de uma parte do corpo, o que pode ser confundido com um acidente vascular cerebral (AVC).
Já a “cefaleia em salvas”, segundo Pedroso, é “uma das doenças mais curiosas da medicina”, por ser cíclica e sazonal. Mais comum em homens, ela é chamada de “dor de cabeça do despertador”, por acordar o paciente à noite.
Além disso, esse tipo de dor de cabeça acompanhada de sintomas como lacrimejamento e inchaço do olho. Em casos extremos, a dor é tão intensa que pode levar o paciente a tomar atitudes desesperadas. Para crises agudas, o tratamento pode incluir inalação de oxigênio de emergência.
No programa, os neurologistas também abordam os fatores que podem desencadear a enxaqueca, como estresse, ansiedade e certos alimentos. Os especialistas discutem, ainda, o diagnóstico, que não exige exames de imagem, e os tratamentos disponíveis, que incluem medicamentos para alívio imediato e novos fármacos para prevenção.