O Projeto Galega Preta promoveu uma série de ações culturais e educativas em escolas de Palmas durante a Semana da Consciência Negra, levando arte, diálogo e valorização da identidade para crianças e adolescentes de 3 a 16 anos. Idealizada pela cantora e produtora cultural Núbia Dourado, a iniciativa utiliza a música, a narrativa pessoal e a ancestralidade como ferramentas de conscientização e fortalecimento da autoestima.
As atividades passaram por quatro instituições: CEMEI Cantinho do Saber, ETI Olga Benário, Escola Estadual Setor Sul e Colégio Uperim.
Além de Núbia, o projeto contou com convidados especiais que enriqueceram a programação:
- Marco Bello, que ministrou a oficina de ritmos afro-indígenas, apresentando instrumentos, sonoridades ancestrais e suas origens culturais;
- Suelene de Paiva, responsável pela oficina de turbantes, que destacou ancestralidade, identidade, autocuidado e formas de expressão.
Ao longo da programação, os estudantes vivenciaram momentos de troca e aprendizado. Núbia compartilhou sua trajetória como mulher negra que, ainda na infância, sofreu racismo na escola e passou anos alisando o cabelo. Essa experiência deu origem ao projeto, que busca mostrar às crianças que seus cabelos, corpos e histórias são motivo de orgulho.
Segundo Núbia, um dos momentos mais marcantes do circuito foi perceber a grande demanda por acolhimento entre os estudantes:
“As crianças querem falar, querem ser ouvidas. Muitas vivem situações difíceis e precisam de diálogo e afeto. Escutar é fundamental para fortalecer nossas crianças e evitar que sofram sozinhas.”
A professora Ellane Aguiar, da Escola Estadual Setor Sul, ressaltou a importância da iniciativa para o público atendido pela escola:
“A presença da Núbia trouxe um movimento de sensibilidade e reconhecimento que nossos alunos precisam. Aqui, atendemos muitos jovens e adolescentes da periferia, que têm pouco acesso à cultura e a espaços de valorização da identidade. Foi emocionante ver os estudantes se identificarem com sua história e compreenderem que sua identidade é um valor. O Galega Preta contribuiu para ampliar o diálogo sobre respeito, autoestima e pertencimento, temas essenciais na formação dos nossos alunos.”
Com foco na educação antirracista e na construção da autoestima, o Projeto Galega Preta reforça que a consciência negra deve ser uma prática cotidiana. A iniciativa incentiva escolas, famílias e comunidade a promoverem ambientes mais diversos, acolhedores e respeitosos.
O Galega Preta é uma realização do Instituto Terra Dourada e conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc – PAAR 2024, do Ministério da Cultura, operacionalizados pela Secretaria da Cultura do Tocantins.







