O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 257,9 milhões para a Acelen instalar um centro agroindustrial em Montes Claros (MG). A unidade vai se dedicar à pesquisa e ao desenvolvimento de diesel renovável e de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) de macaúba, palmeira nativa brasileira encontrada principalmente na área de transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica.
O projeto da companhia incluirá ainda o plantio de 180 mil hectares de macaúba em Minas Gerais e na Bahia. Segundo a empresa, produtores da agricultura familiar vão responder por 20% da produção. “Vamos oferecer ao mundo uma solução viável e inovadora, sustentável de ponta a ponta”, disse, em nota, Luiz de Mendonça, o principal executivo da Acelen.
A companhia vai desenvolver novas mudas de macaúba e selecionar os maciços com maior potencial de produção de óleo, além de estruturar um banco de germoplasma. A partir desses estudos será possível escolher as melhores plantas para clonagem e melhoramento genético.
O centro de inovação em Montes Claros fará toda a pesquisa e o desenvolvimento necessários para dar suporte ao projeto da biorrefinaria. A estrutura terá capacidade de germinação de 1,7 milhão de sementes por mês e produção de 10,5 milhões de mudas por ano. A expectativa da Acelen é gerar 240 postos de trabalho com o projeto.
“Com essa iniciativa, o Brasil dá um passo importante para se tornar um grande produtor de combustível sustentável de aviação e se colocar no mundo como um líder da transição climática”, afirmou, também em nota, a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa.
A unidade faz parte de um projeto integrado da Acelen que prevê a produção de 20 mil barris de combustível renovável por dia. Ao todo, o investimento no projeto será de US$ 2,7 bilhões.