Muitos agricultores estão segurando a oferta de soja nas fazendas, à espera de preços melhores para comercialização. Mas, enquanto isso, as contas não param e uma alternativa para manter capital de giro e poder continuar na atividade tem sido a busca por recursos de custeio.
A avaliação é do diretor de negócios da Cresol Pioneira, Marcelo Ludvichack, que é uma das 60 filiadas à cooperativa de crédito Cresol.
Durante a sétima participação da instituição na Agrishow, maior feira agrícola da América Latina em Ribeirão Preto (SP), ele disse que esta demanda por custeio deve impulsionar as operações de crédito.
“Ainda faltam as culturas de inverno, mas a tendência é fecharmos a safra 2023/24 com aumento de 35% no volume de recursos liberados. Ano passado foram R$ 11 bilhões”, afirmou o executivo à Globo Rural.
Para Ludvichack, 2024 tem sido um ano atípico devido ao recuo nos preços das commodities e os produtores não estão acessando muitos recursos para investimento, para reduzir o risco de entrar em dívidas longas. Porém, o custeio é visto pela cooperativa de crédito como uma oportunidade neste momento.
“O produtor não está querendo se desfazer dos grãos e ele não tem dinheiro físico para cumprir com todos os seus pagamentos. Com isso, temos a oportunidade de operar custeio para trazer a liquidez que ele precisa”, disse.
As taxas de juros das linhas de custeio são subsidiadas, o que torna o custo das operações mais acessível, variando de acordo com as linhas do Plano Safra para pequenos, médios ou grandes agricultores. “Assim, o produtor consegue manter a sua estratégia de barganha até que o preço do grão melhore”, acrescentou.
Expansão
Considerando que este movimento deve permanecer até a próxima temporada, as projeções preliminares da Cresol indicam que a meta é crescer 30% em custeio e de 10% a 15% em investimentos na safra 2024/25. No caso dos investimentos, o incremento viria na esteira de ações para expansão de clientes que têm sido adotadas.
A vinda para a Agrishow é parte dessa estratégia. A cooperativa tem como principal área de atuação a região Sul, desta forma, a ideia de estar na feira ajuda a reforçar a marca e buscar clientes no Sudeste.
“Por isso nosso volume de negócios para a feira ainda é pequeno, perto do tamanho do evento, mas é muito estratégico participar”, explicou.
A expectativa é que R$ 15 milhões sejam movimentados pela Cresol nesta edição da Agrishow, o dobro do volume registrado no ano passado.
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