Em dez anos, segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), a produção de tilápia no Brasil saltou de 285 mil toneladas para 579 mil toneladas, um aumento de 103%. Mas em 2023 o setor cresceu bem menos porque enfrentou problemas sanitários na produção de alevinos e o aumento da mortalidade nas fazendas de engorda.
“Já neste ano, tivemos um aumento significativo na produção, provocando uma queda de preço ao produtor, mas o mercado consumidor se manteve ativo”, disse Francisco Medeiros, presidente da Peixe-BR.
Segundo Matheus Liaschi, pesquisador de tilápia no Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, até 2023 as margens foram muito boas para os piscicultores, estimulando um investimento maior no negócio. Com isso, a produção cresceu, mas os mercados interno e externo não conseguiram absorver tudo e os preços caíram.
“Pode haver uma reação em dezembro se o varejo aproveitar a cotação baixa para antecipar suas compras visando fazer estoque para a próxima Páscoa”, afirma o pesquisador. Natal e Páscoa são os períodos de maior consumo de pescado no mercado brasileiro.
A Fider conta com essa recuperação de preços e de margens. Segundo o diretor-geral da empresa, Juliano Kubitza, um preço razoável para a venda do quilo do filé processado pela indústria é acima de R$ 40.