A produção brasileira de biodiesel pode crescer para até 20,9 bilhões de litros em 2034, o dobro do volume que deve ser produzido neste ano, estimado em 10,4 bilhões, disse Rafael Araujo, consultor técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nesta segunda-feira (14/4), durante evento em São Paulo.
Para as projeções, o especialista considera três cenários. A possibilidade de dobrar a produção vem do cenário mais otimista, onde o mandato da mistura de biodiesel ao diesel, que está em 14%, aumentaria 1% ao ano até atingir 25% e se estabilizar nesse patamar a partir de 2035.
O segundo cenário considera o aumento de 1% o ano, até 20% de mistura que ficaria estável a partir de 2030. Com isso, em 2034 a produção chegaria a 17,7 bilhões de litros.
Já no cenário mais pessimista, a produção em 2034 chegaria a 13,6 bilhões de litros. Nessa previsão, a mistura se manteria em 15% ao longo de todo o período.
Araujo ressaltou que na lei Combustível do Futuro, o crescimento da mistura de biodiesel ao diesel é estimado em 15% para 2025 e teria um aumento de 1 ponto percentual por ano até 2030, chegando lá em 20%.
“É importante a participação do biodiesel para reduzir a importação de diesel, (mas) o percentual de aumento do biodiesel ao diesel, na lei Combustível do Futuro, só vai acontecer se seguir alguns critérios, como as condições de preços dos insumos, etc”, afirmou o consultor.
Marlon Arraes, diretor do departamento de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), destacou que o aumento da mistura de biodiesel ao diesel pode evitar a importação de 60 bilhões de litros de diesel entre os anos de 2025 e 2037.
No intervalo de 2008 a 2024, o uso do biodiesel gerou a economia de US$ 38 bilhões em importações de diesel e evitou as emissões de 240 milhões de toneladas de carbono (CO2) equivalente.