A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli, afirmou nesta quinta-feira (18/9) que o aumento da produção agropecuária no país, com nova perspectiva de safra recorde para 2025/26, alivia o cenário inflacionário dos alimentos, que preocupou o governo e atingiu a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início deste ano.
“A perspectiva é que nós tenhamos a inflação sob controle. Alimentos não é mais a questão preocupante na avaliação do índice de inflação. A disponibilidade de alimentos está suficiente para a demanda”, afirmou Machiaveli, que está como ministra substituta nesta semana.
“Temos um arrefecimento desse processo de aumento dos preços. Não tem pressão inflacionária, os preços estarão sob controle de alimentos. Isso é bom para quem compra o alimento e também dá segurança para quem produz, que nós já temos certeza que teremos uma safra com previsibilidade e segurança para quem escolhe plantar”, completou.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, ressaltou que a estatal mantém planos de aumentar os estoques públicos de alimentos. Recentemente, houve compra de arroz, trigo e milho. Segundo ele, há recursos disponíveis para a compra de mais 120 mil toneladas de milho. “Vamos continuar reforçando os estoques”, disse.
Pretto não vê impactos significativos do cenário de juros altos e endividamento no campo na próxima safra. Segundo ele, haverá recorde na colheita de grãos e os agricultores têm “verdadeiras avenidas” abertas pelo mundo para vender sua produção.
“Quando vemos imposições dos Estados Unidos ao nosso país e outros, quem depende do abastecimento externo olha para país como o nosso. É o único que tem três safras. Todos os novos mercados abertos nos dão possibilidade de alta demanda internacional, e pode assegurar preço justo a quem produz”, disse em coletiva de imprensa. “Vai ter necessidade crescente para o mercado interno e externo”, ressaltou.
O dirigente também comentou que a Medida Provisória 1.314/2025, que autoriza a renegociação de dívidas com R$ 12 bilhões do governo com juros controlados e linha de taxas dos bancos, vai ajudar a dar fluxo na tomada de crédito novo para que o plantio ocorra dentro da normalidade.