A estabilidade nos preços do boi gordo dominou o mercado pecuário nesta quinta-feira (30/10), após as altas registradas em várias regiões no dia anterior. Das 33 praças monitoradas pela Scot Consultoria, 27 não tiveram mudanças nas cotações. Foram registradas altas apenas no norte de Minas Gerais, oeste do Rio Grande do Sul, sudoeste de Mato Grosso, oeste do Maranhão, sudeste de Rondônia e norte do Tocantins.
Nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), referências para o mercado, as cotações permaneceram firmes, mas sem mudanças, para todas as categorias. O preço do boi gordo permaneceu em R$ 315 a arroba para o pagamento a prazo. Segundo a Scot, a oferta de boiadas esteve enxuta, o que dificultou a formação das escalas de abate que, apesar disso, estiveram confortáveis, atendendo a uma média de oito dias.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destaca que, além da oferta restrita de animais, compradores que precisam cumprir as escalas de abate acabam pagando mais pela arroba. Em outubro, as cotações do boi acumulam aumento nas 28 regiões pesquisadas pelo Cepea. Em praças como Araçatuba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Triângulo Mineiro, Pará e Oeste da Bahia, a valorização é de 3%; em Goiânia, Rio Verde e Tocantins, chega a 5%.
No entanto, de acordo com o Cepea, a remuneração do gado no Brasil, apesar das recentes altas, segue bem abaixo da registrada nos principais players mundiais, indicando que há espaço para valorização.
Enquanto os preços nos Estados Unidos e na China operam em patamares muito elevados, acima de US$ 8 o quilo, e o Uruguai se firma acima dos US$ 5, o animal no Brasil compete em uma faixa de preço mais baixa, junto com Paraguai e Argentina, entre US$ 3,50 e US$ 4,50 o quilo.
Segundo o Cepea, esse “spread” de preços é o que garante a alta competitividade do setor no cenário global. Contudo, também sinaliza que há uma margem considerável para a valorização da arroba no Brasil, especialmente em um cenário de demanda internacional aquecida, como a que temos visto nos recordes de exportação.


 
					



 
                
