O preço da soja subiu na quarta-feira (16/10), em boa parte das praças de comercialização do Brasil. O movimento foi contrário ao das cotações internacionais, em um dia de valorização do dólar, que atingiu a maior cotação em quase dois meses e meio no mercado cambial brasileiro. “No Brasil, o dólar sustentou as negociações”, resumiu Matheus Pereira, da Pátria Agronegócios, em boletim divulgado pelas redes sociais.
Na quarta-feira, a moeda americana fechou cotada a R$ 5,66, alta de 0,12% em relação ao dia anterior. De acordo com o ValorPRO, sistema de informações em tempo real do Valor, a valorização em uma semana é de 1,38%. Em um mês, a divisa subiu 2,8% e, em um ano, 12,46%.
Enquanto isso, o avanço das safras do Brasil e dos Estados Unidos voltou a pressionar os preços da soja na bolsa de Chicago. O contrato para novembro, de prazo mais curto e de maior volume negociado, fechou em queda de 1,11%, cotado a US$ 9,80 por bushel.
No entanto, a semeadura da soja brasileira continua atrasada quando comparada aos anos anteriores, apontam estimativas de consultorias privadas. Até o momento, 9,1% da área já foi trabalhada, enquanto no mesmo período em2023, a proporção era de 19%, aponta a MD commodities.
Neste cenário, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), chegou a R$ 142,03 a saca de 60 quilos na quarta-feira (16/10), alta de 1,2% na comparação diária e de 0,62% no acumulado do mês. A referência baseada no mercado de lotes (entre empresas) do Paraná ficou em R$ 139,27 a saca, aumento de 0,41% no dia e de 0,18% na parcial mensal.
Em outras regiões do Brasil, levantamento da Scot Consultoria aponta saca de soja a R$ 129 em Luís Eduardo Magalhães (BA); R$ 131 em Rio Verde (GO); R$ 118,50 em Balsas (MA); R$ 134 no Triângulo Mineiro e R$ 137,50 em Dourados (MS). Nos portos, a soja é cotada a R$ 140 em Santos (SP) e Rio Grande (RS).
Nesta semana, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) revisou para cima sua projeção de embarques de soja em outubro, para 4,34 milhões de toneladas, com base na programação de navios nos portos. O volume, no entanto, deve ficar abaixo do registrado no mesmo mês em 2023, de 5,95 milhões. Considerando a projeção para outubro, as remessas devem superar 93 milhões de toneladas no acumulado do ano.