O preço da soja chegou aos maiores níveis do ano nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Valorização da commodity no mercado externo, alta dos prêmios de exportação e câmbio favorável são os fatores de suporte às cotações, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A referência do Cepea com base no porto de Paranaguá (PR) acumula alta de 8,45% na parcial do mês até a sexta-feira (24/5), quando ficou em R$ 139,95 a saca de 60 quilos. Em Santos (SP), a Scot Consultoria aponta a saca valendo R$ 141, e em Rio Grande (RS), R$ 139,50.
“Os preços da soja subiram no mercado brasileiro ao longo da última semana, impulsionados pela valorização externa, pela alta nos prêmios de exportação e pela taxa cambial (R$/US$). Os valores de negociação da soja em grão nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR) voltaram a operar nos maiores patamares do ano”, disseram os pesquisadores do Cepea, em nota, na segunda-feira (27/5).
Mais do que os preços na bolsa de Chicago, os prêmios têm sido determinantes da variação das cotações internas, avalia a consultoria Pátria AgroNegócios. Comparando com os diferenciais de outros países, o do Brasil foi o que mais subiu e está positivo em todas as posições de entrega.
Os prêmios atuais, entre US$ 0,20 e US$ 0,40 por bushel de ágio sobre os valores em bolsa, são os mais elevados desde o início das negociações do grão da safra 2023/24. Em comparação com seus principais concorrentes no mercado global, Argentina, e Estados Unidos, a soja brasileira, atualmente, é a mais atrativa para os compradores.
Para Cristiano Palavro, diretor da Pátria AgroNegócios, a demanda está ajudando a impulsionar os prêmios nos portos. Segundo ele, a percepção do mercado é de uma procura mais direcionada pela soja do Brasil, em meio a uma safra que não deve ser tão grande quanto o esperado nos primeiros meses do calendário-safra 2023/24.
“Por que o preço (da soja no Brasil) melhorou de fevereiro para cá? Por causa dos prêmios, porque Chicago, depois que caiu em janeiro, não se recuperou muito”, ressalta o consultor, pontuando que, em novembro do ano passado, a cotação do grão na bolsa americana estava em torno dos US$ 14 por bushel. Hoje, está em US$ 12,30.
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