No próximo dia 15 de setembro, Agatha Christie completaria 135 anos. Nascida em 1890, em Torquay, na Inglaterra, e falecida em 12 de janeiro de 1976, aos 85 anos, a escritora se consagrou como a maior referência da literatura policial, acumulando cerca de 2 bilhões de exemplares vendidos em todo o mundo.
Conhecida como “rainha do crime”, a autora construiu um império literário baseado em tramas engenhosas, personagens inesquecíveis e desfechos que surpreendem gerações de leitores. Traduzida para mais de 100 idiomas, Agatha só é superada em vendas pela Bíblia e pelas obras de William Shakespeare.
Seu primeiro livro, “O Misterioso Caso de Styles”, nasceu de um desafio feito por sua irmã e apresentou ao mundo o detetive belga Hercule Poirot, que se tornaria um dos renomados investigadores da ficção.
Já o interesse de Agatha pela escrita surgiu com a influência da mãe, que lhe mostrou as histórias de Edgar Allan Poe e Arthur Conan Doyle.

Criadora de Poirot e Miss Marple
Ao longo de sua carreira, Agatha Christie escreveu 66 romances policiais, seis livros de ficção e 150 contos.
Entre seus personagens icônicos estão Poirot e Miss Marple, ambos dotados de uma sagacidade que fascina pela simplicidade com que desvendam os casos complexos.
Suas narrativas são marcadas por mistérios intrincados, múltiplos suspeitos e pistas falsas que desafiam a lógica do leitor.
A cada página, Agatha constrói uma atmosfera de suspense que culmina em reviravoltas inesperadas. Essa habilidade de surpreender o público consolidou sua fama mundial.
Estilo e inovação no gênero policial
Agatha ajudou a estabelecer a fórmula clássica do romance policial, com assassinatos misteriosos e investigações meticulosas. Mais do que entretenimento, suas obras frequentemente dialogavam com o contexto social de sua época, abordando temas como o papel da mulher, política e conflitos sociais.
Sua escrita, embora clara e acessível, nunca deixava de ser sofisticada na construção dos enigmas. Essa combinação fez com que suas histórias se tornassem atemporais.
O impacto de Agatha Christie também ultrapassou o papel. Ela foi agraciada com o título de “Dame Commander of the British Empire”, honraria concedida pela monarquia britânica.
Seus livros foram adaptados inúmeras vezes para o cinema, a televisão, o teatro, jogos de videogame e até histórias em quadrinhos. Clássicos como “Assassinato no Expresso do Oriente” e “Morte no Nilo” ganharam múltiplas versões audiovisuais, levando seus enigmas para fora das páginas.

Veja dez obras da “rainha do crime”
- A TESTEMUNHA OCULAR DO CRIME
- CONVITE PARA UM HOMICÍDIO
- O ASSASSINATO DE ROGER ACKROYD
- OS CRIMES ABC
- A CASA TORTA
- E NÃO SOBROU NENHUM
- OS CINCO PORQUINHOS
- A NOITE DAS BRUXAS
- UM CORPO NA BIBLIOTECA
- OS RELÓGIOS
Ler Agatha Christie é uma experiência que vai além de seguir uma trama de investigação: é participar de um jogo intelectual em que cada detalhe pode ser a chave do mistério.
Agatha Christie e a inteligência artificial
Depois de um tempo, a autora de suspense e mistério “voltou”. Mas não se trata dela: é uma versão digital criada por inteligência artificial para ministrar um curso online de escrita.
Outro ponto importante sobre Agatha Christie é que ela evitava o olhar público e não queria se expor. A escritora queria se manter reservada e, agora, acabou se tornando conhecida ao ponto de dar um curso online mesmo após sua morte.
“Em uma iniciativa inédita, a romancista mais vendida de todos os tempos oferece a você uma oportunidade incomparável de aprender os segredos por trás de sua escrita em suas próprias palavras”, descreve a página do curso online Agatha Christie on Writing (“Agatha Christie sobre Escrita”, em tradução livre), na plataforma BBC Maestro.
“Possibilitada pela família de Agatha, uma equipe de acadêmicos e especialistas em áudio e vídeo, é como se ela estivesse ensinando você pessoalmente”, consta no site.
O curso foi desenvolvido pela BBC Maestro com a Agatha Christie LTD., empresa criada pela autora em 1955 e hoje administrada pelo bisneto de Christie, James Prichard. Segundo o site, o curso recebeu “retoques de áudio e vídeo” com o auxílio de inteligência artificial.