O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) subiu 5% em maio e fechou o mês em 1,20 – acima de 1, significa que os preços dos insumos estão mais elevados -, segundo dados divulgados pela Mosaic Fertilizantes nesta segunda-feira (9/6). Segundo a Mosaic, no IPCF, quanto menor o índice é melhor a relação de troca para o produtor.
A alta reflete a combinação de queda nos preços das commodities agrícolas e aumento no custo dos principais insumos, o que pressiona a rentabilidade dos produtores rurais e exige atenção na hora de planejar a próxima safra.
De abril para maio, os preços das matérias-primas usadas na fabricação de fertilizantes subiram, em média, 3,6%. Entre os destaques, estão as altas do fosfato (4%), superfosfato simples (5%), cloreto de potássio (3%) e ureia (3%). Esse encarecimento tem impacto direto sobre o IPCF, indicador que mede a relação entre o preço das commodities agrícolas e o custo dos fertilizantes.
Enquanto isso, as commodities agrícolas registraram uma leve queda média de 1% no mês. O milho teve a maior retração, com mais de 7% de baixa, enquanto a soja se manteve estável e o algodão subiu 4% — desempenho insuficiente para neutralizar o impacto da queda do milho. Entre os fatores que pressionaram os preços agrícolas estão o avanço do plantio de soja e milho nos Estados Unidos, sob boas condições climáticas, e a ampla oferta da safra brasileira, com destaque para o encerramento da colheita da soja e o início positivo da colheita da segunda safra.
A Mosaic alerta que, com a aproximação da safra de verão e a maior parte do mercado ainda por negociar, o momento atual é estratégico para a compra de fertilizantes. A empresa recomenda cautela, já que oscilações nos preços e gargalos logísticos podem afetar o abastecimento. “O aumento do IPCF indica que os custos estão subindo, o que exige atenção redobrada do produtor na hora de fechar suas compras”, aponta a companhia.
Além do cenário de preços, há ainda preocupações com a logística global. O crescimento da demanda por fertilizantes tem elevado o volume de importações e gerado maior fluxo nos portos, o que pode acarretar atrasos nas entregas. A oferta global de fósforo segue concentrada em poucas regiões e limitada por compromissos já firmados com grandes compradores. Com isso, a janela de importação no segundo semestre será mais curta — o que pode gerar acúmulo de volumes e atrasos se as compras forem postergadas.
Mesmo com movimentos pontuais de substituição de MAP por superfosfato simples, a Mosaic destaca que essa troca ainda não é generalizada e pode ter implicações agronômicas. Diante das incertezas, a companhia recomenda que os produtores planejem suas aquisições com antecedência para evitar riscos de desabastecimento no pico da temporada.