14 policiais militares foram presos nesta terça-feira (29) durante a Operação Kleptonomos, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), para desarticular uma organização criminosa suspeita de extorsão, corrupção e facilitação do tráfico de drogas em bairros da Grande Messejana, em Fortaleza.
A operação foi conduzida pelo Grupo de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do MPCE em conjunto com a Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Coin) e contou com o apoio da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) e do Gaeco do Ministério Público de Alagoas.
Ao todo, foram expedidos 34 mandados judiciais, incluindo 16 de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão, em cidades cearenses como Fortaleza, Itaitinga, Maracanaú e Russas, além de Maceió (AL).Play Video
As investigações tiveram início no fim de 2022 após denúncias anônimas recebidas pelo MPCE. Relatos indicavam que os policiais recebiam propina de traficantes das comunidades Pôr do Sol e Residencial dos Escritores, nos bairros Paupina e Coaçu, para evitar ações policiais na região, permitindo a comercialização de drogas.
Com o avanço da apuração, o Gaeco apresentou denúncia contra 16 policiais militares por organização criminosa, corrupção passiva, extorsão qualificada e colaboração com grupos envolvidos no tráfico de entorpecentes. A Justiça também autorizou a quebra de sigilo dos aparelhos celulares e o afastamento dos alvos de suas funções.
O termo “Kleptonomos”, que nomeia a operação, vem do grego e significa “aquele que rouba a lei”, em referência ao uso da função pública para beneficiar atividades ilícitas.
A CNN questionou a Polícia Militar do Ceará sobre a abertura de processo administrativo contra os investigados, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.