A Petrobras anunciou nesta semana parte do seu plano de negócios 2025-2029, gerando expectativas positivas no mercado. A reunião do colegiado para aprovação do plano está prevista para quinta-feira (21).
Em entrevista ao CNN Money, Vitor Sousa, analista de petróleo da Genial Investimentos, avalia o plano como promissor, especialmente no que diz respeito aos dividendos e à exploração na margem equatorial.
Segundo o especialista, o anúncio trouxe conforto aos investidores, principalmente em relação aos dividendos extraordinários.
“A empresa pode distribuir até 60% do seu valor de mercado em dividendos nos próximos cinco anos”, afirmou o analista, destacando a atratividade desse cenário para os acionistas.
O plano prevê um aumento de cerca de 9% nos investimentos em relação ao ano anterior, chegando a aproximadamente R$ 111 bilhões. Sousa ressalta que o foco no segmento de exploração e produção é crucial para manter a “mina de ouro” da Petrobras.Play Video
A expansão na margem equatorial é um ponto de destaque, embora ainda dependa de licenças ambientais.
“O volume de investimento anunciado já inclui parte da prospecção na margem equatorial, mas ainda é abaixo do potencial da área”, explicou Sousa, indicando que os investimentos podem aumentar conforme as licenças forem obtidas e as reservas confirmadas.
Transição e segurança energética
Quanto à transição energética, Sousa observou que as iniciativas da Petrobras continuam mais no campo das intenções do que em ações concretas.
Ele contextualizou essa postura dentro de um cenário global, onde a invasão da Ucrânia pela Rússia redirecionou o foco para a segurança energética.
“Não acho que os países vão abrir mão de segurança energética por uma agenda verde”, ponderou Souza, lembrando o impacto dos altos preços do petróleo na inflação global e nas decisões dos bancos centrais.
O analista conclui que, apesar do discurso sobre transição energética, a Petrobras, assim como outras empresas do setor, deve manter seu foco na exploração e produção de petróleo, ao menos no curto e médio prazo, buscando equilibrar as demandas de segurança energética com os objetivos de longo prazo de diversificação para fontes renováveis.